Em 2013, há 10 anos atras, o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes das Dores de Souza era condenado pelo envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-namorada e mãe de seu filho. O caso ganhou grande repercussão nacional e contou com uma enorme cobertura da imprensa.
A sentença inicial do acusado foi de 23 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Após o crime, que ficou marcado na memória nacional, delitos contra mulheres teriam suas penas aumentadas e seria tipificado na lei como feminicídio.
Apesar da condenação, Bruno foi transferido para o regime semiaberto cinco anos depois, em 2018. Marcos Aparecido dos Santos (Bola) e Luiz Henrique Ferreira Romão, que também foram condenados no caso, foram sentenciados a 22 anos e, depois em outro processo, a mais 12 anos e a 15 anos, respectivamente. Ambos cumpriram parte da pena e Marcos está em regime semiaberto e Luiz em regime aberto.
No início deste ano, o ex-goleiro recebeu liberdade condicional e chegou a ser contratado por um time de futebol. De acordo com a mãe de Eliza Samudio, o sofrimento ainda é muito grande, principalmente por não saber onde está o corpo da filha. “Não tem nada que substitui, não tem nada que faça acalmar essa dor. E ela vem acompanhada do fato também de até hoje eu não saber o que foi feito com o corpo, da minha filha, de não ter dado um enterro a ela”.
Lei e o caso Bruno
Nas últimas décadas, houve avanços significativos na legislação brasileira em relação aos crimes contra mulheres. Algumas das principais mudanças, além de leis como do Assédio Sexual e Importunação Sexual, ambas de 2018, está a lei de feminicidio, promulgada em 2015.
De acordo com a legislação brasileira, essa legislação foi incluída para incluir o feminicídio como uma qualificadora do crime de homicídio. Essa norma constitucional reconhece que o assassinato de mulheres por razões de gênero é um crime específico e merece uma punição mais rigorosa.
