Hitler fugiu para a Argentina? Saiba a verdade sobre o caso
A Argentina está assombrada por uma história antiga e recorrente. Segundo a versão oficial, Adolf Hitler cometeu suicídio em 30 de abril de 1945, em seu bunker em Berlim, ingerindo cianureto e atirando em sua própria cabeça, em meio ao avanço soviético no final da Segunda Guerra Mundial. No entanto, testemunhas afirmam tê-lo visto na Patagônia, junto com vários outros nazistas que buscaram refúgio nas regiões geladas do extremo sul do planeta.
Recentemente, uma idosa contou ao jornalista e historiador Abel Basti, autor de seis livros sobre o tema, que trabalhou como empregada doméstica de Hitler e sua esposa, Eva Braun, em 1956, na Patagônia argentina. Segundo a história oficial, Eva teria se matado com ele em Berlim. Basti mantém a identidade da fonte em sigilo e afirma que a senhora fala de forma convicta que era Hitler. Ela se lembra das botas longas, do bigode e das ordens dadas em alemão. Embora não tenha falado diretamente com ele, ela também teria atendido a outro casal de alemães naquele verão.
Fuga de Hitler para a Argentina
Ao todo, Abel Basti, reconhecido como a principal autoridade mundial no tema envolvendo a suposta vinda de Hitler para a América do Sul, já ouviu cerca de 20 fontes. Segundo ele, todas essas fontes, mesmo sem se conhecerem, fazem relatos coincidentes. O jornalista, que reside em Bariloche, afirma que Hitler morreu em Assunção, Paraguai, no dia 3 de fevereiro de 1971, aos 81 anos.
Durante sua estadia na Argentina, Hitler teria contado com a proteção do presidente Juan Domingo Perón. No Paraguai, foi amparado pelo ditador Alfredo Stroessner. Nesse meio tempo, ele também teria passado pelo sul do Brasil, possivelmente em algum lugar próximo a São Paulo, como o Paraná, e pela Colômbia. Eva chegou a viver em Buenos Aires. Sabe-se que vários nazistas encerraram seus dias na Patagônia, incluindo Adolf Eichmann, Eduard Roschmann, Erich Priebke, Hans Rudel, Joseph Mengele, Martin Bormann e Otto Skorzeny.
O pesquisador Abel Basti afirma que Hitler permaneceu anos na Patagônia. Ele é um jornalista e historiador, autor de obras como “O Exílio de Hitler” e “Seguindo os passos de Hitler”. Sempre que surgem informações sobre nazistas na América do Sul, Basti é considerado a grande referência no assunto. A entrevista a seguir foi concedida por ele a Zero Hora, diretamente de Bariloche:
“Ele ficou anos na Patagônia”, diz pesquisador
Abel Basti, renomado jornalista e historiador, é reconhecido como a principal referência quando se trata da presença de nazistas na América do Sul. Autor de livros como “O Exílio de Hitler” e “Seguindo os passos de Hitler”, Basti é frequentemente citado sempre que surgem informações relacionadas ao assunto. Nesta entrevista concedida a Zero Hora, diretamente de Bariloche, ele discute os detalhes mais importantes de suas pesquisas.
Entrevista
O senhor tem certeza de que Adolf Hitler não se suicidou em 1945 e foi morar na Argentina?
Tenho documentos que não deixam dúvida: Hitler viveu na Argentina, ficaram anos na Patagônia.
Por que, se as autoridades do mundo inteiro sabiam, não o prenderam?
Meu trabalho é de pesquisador, de jornalista e historiador. Porque não o prenderam é uma especulação que foge dos limites do meu trabalho. É um terreno à parte. O que posso te dizer é que, na Argentina, Hitler tinha proteção policial, proteção militar. Depois, teve proteção no Paraguai. Mas por que, em nível internacional, não houve uma perseguição ou uma captura, é especulação de alta política.
Hitler esteve em que países sul-americanos?
Na Argentina e no Paraguai.
Por que esses dois países?
Porque, quando caiu o presidente (Juan Domingo) Perón, em 1955, uma grande quantidade de nazistas foi para o Paraguai. No Paraguai, eles também tiveram proteção. Já era o governo de Alfredo Stroessner (que governou o Paraguai em uma ditadura entre agosto de 1954 e fevereiro de 1989), que tinha origem alemã e o protegia, assim como protegia outros nazistas que seguiram para lá após a derrubada de Perón. Paraguai e Chile (que seria cenário de um golpe militar promovido pelo general Augusto Pinochet dois anos depois) eram os países mais seguros para os nazistas naquele momento. O Paraguai de Stroessner recebeu também nazistas como Martin Bormann, Hans Rudel, Otto Skorzeny, Eduard Roschmann e Joseph Mengele, entre outros fugitivos.
Quando Hitler morreu, então? E onde está enterrado?
Hitler morreu em 3 de fevereiro de 1971. Seu corpo está enterrado no Paraguai. Está em uma propriedade privada, em um bunker secreto, que atualmente é o porão de um hotel paraguaio, em Assunção. Houve até um militar brasileiro que viu uma cerimônia em 1973, em que havia umas 40 pessoas, a maioria idosas. Nessa cerimônia, o bunker onde Hitler está enterrado foi fechado.
Hitler vivia com Eva Braun em Bariloche?
Sim, os dois chegaram em 1945 e viveram em meio à colônia alemã. Eva Braun ainda sobreviveu a ele e voltou à Patagônia, indo depois para Buenos Aires. Primeiro, viveram na estância que pertencia à família alemã de Bernardo, pai do rei da Holanda, que se aliou aos nazistas. Depois, em Bariloche, viveram em Inalco, conjunto de casas onde moravam alemães.
Ele teria passado também pelo Brasil?
Ele manteve uma vida sedentária. Mas há informações de que teria passado pelo sul do Brasil e também pela Colômbia. O FBI (polícia federal americana) sabia disso. Os serviços de inteligência ocidentais sabiam.
Onde exatamente no sul do Brasil?
O que se sabe é que era perto de São Paulo.
Hitler e outros nazistas teriam colaborado com as ditaduras militares sul-americanas?
Na verdade, a fuga dos nazistas até o Ocidente foi acordada com os Estados Unidos. Os americanos não queriam que eles caíssem nas mãos soviéticas. Hitler sempre foi apoiado pela extrema direita internacional, incluindo a americana. Era como um dique de proteção contra o comunismo.
Recentemente, o senhor ouviu o testemunho de uma mulher que conta ter sido empregada doméstica de Hitler e Eva Braun no verão de 1956. Quantas testemunhas o senhor ouviu sobre Hitler na Argentina?
Falei com essa senhora faz uns dias. Mas havia muitas testemunhas. Ouvi umas 20 pessoas, todas com histórias muito coincidentes.