Andrei Chikatilo: história do Açougueiro de Rostov e execução na Rússia
Com a entrada da União Soviética na segunda Grande Guerra, grande parte da população passou por um período de grande pobreza, ao ponto em que a fome e a miséria foram as causas das mortes de milhares de pessoas no país. Muitos dos que não morreram tiveram de recorrer ao canibalismo para a própria sobrevivência.
É neste contexto que Andrei Romanovich Chikatilo nasce na vila de Yabluchnoye.
Extrema pobreza e bullying
Com uma infância com escassez de comida e itens básicos para a sobrevivência como saneamento, a família de Andrei não teve uma boa vida. Chikatilo, por exemplo, comeu pão pela primeira vez somente aos doze anos tamanha era a dificuldade de subsistência dos Romanovich. Seu irmão mais velho, contava sua mãe, havia sido sequestrado por vizinhos que o transformaram em carne para a alimentação da própria família.
Tendo tido hidrocefalia no momento de seu nascimento, seu corpo não se desenvolveu de maneira adequada, acarretando-lhe diversos problemas genitais e do trato urinário, possuindo disfunção erétil. Tal disfunção era motivo de bullying por parte de seus amigos e colegas, o que fez com que desesperadamente tentasse ter alguma experiência sexual com qualquer garota. Porém, todas as suas tentativas não foram bem sucedidas, acarretando em ainda mais problemas psicológicos para Andrei.
Dos estudos para o crime
Frustrado sexualmente, Chikatilo passou a se dedicar quase que exclusivamente aos livros, o que o fez um homem muito culto para seu tempo, levando-o ao Partido Comunista. Se tornando um professor aos 34 anos, Andrei passou a ter de volta os desejos sexuais de sua infância, resultando em seguidas denúncias de assédio recebidas pelas escolas, fazendo-o transitar de colégio em colégio.
Quando começou a trabalhar para o governo da URSS, passou a viajar constantemente pelo país, oportunidade em que vislumbrou uma brecha para satisfazer seus desejos mais sádicos (não apenas os sexuais) sob a égide de ser um agente governamental. Assim começa seus crimes.
Seus alvos preferidos eram prostitutas e crianças que encontrava em pontos de ônibus, as sequestrando, levando-as para uma floresta abandonada onde as mutilava e, com o histórico de canibalismo em sua infância, comendo e arrancando com os dentes partes dos corpos das vítimas.
A negação política, sua prisão e execução
Apesar de tudo indicar que um agente do governo estava cometendo os crimes que já chocavam o país, o Partido Comunista negava veementemente que um assassino em série existisse em seu estado.
Assim seguiu-se por dois anos, onde a polícia encontrou cerca de 23 corpos. Com a contagem de vítimas aumentando cada vez mais, o governo não viu outra alternativa a não ser investigar o possível assassino, ainda que, ao mesmo tempo, tentavam levantar uma “cortina de fumaça” declarando que os casos poderiam ser “planos conspiratórios estrangeiros ou até mesmo de ataques de lobisomens”.
Em 1983, a polícia de Moscou espalhou agente disfarçados em estações de trem e, em uma delas, encontraram um homem saindo de uma floresta com o rosto cheio de sangue e com uma faca na mão. Este foi fichado, mas não foi preso por “não haver provas o suficiente”.
Contudo, dias depois ao fichamento, um corpo foi encontrado na floresta onde o homem saiu e então a polícia o pôde prender.
Andrei Romanovich Chikatilo foi preso em 20 de novembro de 1990 onde confessou, após muito hesitar, a morte de 56 pessoas – embora apenas 53 tenham sido encontradas.
Em seu julgamento, Andrei se definiu como um aborto da natureza. Uma besta louca ao qual só lhe restava a pena de morte. Em 15 de fevereiro de 1994, Andrei Chikatilo foi levado para uma cela privativa na prisão de Rostov onde foi executado com um único tiro atrás da orelha direita.