Anatoly Slivko: o doentio serial killer da União Soviética
Anatoly Yemelianovich Slivko, em 1961, era uma renomado professor e engenheiro de telefone na cidade Stavropol, no Oblast de Rostov, além de um documentarista famoso na cidade por retratar as atrocidades que a Alemanha havia cometido na Segunda Guerra Mundial.
Caminhando normalmente por Stavropol naquele ano, testemunhou, por coincidência, um acidente de trânsito envolvendo um motociclista bêbado que feriu fatalmente um adolescente que usava um uniforme dos Jovens Pioneiros, uma espécie de grupo de escoteiros, cuja principal característica era o uso de gravatas vermelhas e sapatos pretos.
Sem saber entender como, Anatoly teve um orgasmo espontâneo com a combinação do cheiro de gasolina e com o visual da criança ensanguentada no chão. Com a melhor sensação que seu corpo já havia experimentado em toda a vida, sabia que ali tudo tinha mudado.
O grupo Chergid
Anatoly, dois anos depois de seu evento canônico, decidiu criar o próprio grupo de escoteiros: o Chergid. Os membros desse grupo de crianças deveriam usar um uniforme cuja gravata era vermelha e o sapato preto, assim como o menino atropelado em 61.
A ideia era atrair garotos a participar de um experimento artificial, que basicamente consistia em recriar a cena do acidente que presenciara. Antes de cada “experimento”, ele vestia o garoto selecionado com o uniforme, polia os sapatos e o instruía a não comer para evitar vômitos.
Tendo estudado técnicas de asfixia, levava-o a um lugar isolado, o deixava inconsciente – mas não morto – e, enquanto permanecia neste estado, Slivko a despia e a molestava para satisfazer suas fantasias sexuais. Apaixonado por câmeras, filmava tudo o que fazia.
Após se satisfazer, “ressuscitava ” sua vítima que, ao retomar sua consciência, voltava à vida normal, alheio ao que aconteceu anteriormente.
A falha nos Experimentos
Em 1964, porém, um dos experimentos falhou. Anatoly não conseguiu trazer de volta à vida um menino que havia selecionado e, sem saber muito o que fazer, desmembrou o corpo e jogou seus restos mortais em rio. Novamente a vida de Slivko ganhava novos – e excitantes – capítulos.
O engenheiro de telefone, agora, passou a, às vezes, matar como um bônus a seu prazer. Sua próxima vítima foi em em maio de 1965. A terceira em 1973 e a última dois anos depois.
Prisão e Morte
A polícia, com o desaparecimento das crianças, nunca olhou diretamente para Anatoly. Afinal, ele era um documentarista famoso na região. Mas em determinado momento da investigação, os olhos policiais precisaram se voltar contra ele.
Todas as crianças desaparecidas tinham certa ligação com o grupo de escoteiros de Slivko, o que gerou curiosidade. Interrogando algumas crianças membras do grupo, quase todos alegavam sofrer de certa amnésia, principalmente durante experimentos promovidos pelo líder.
Assim, após um longo inquérito policial, a polícia conseguiu conectar os vários desaparecimentos a Slivko, que foi preso em sua casa em Stavropol em dezembro de 1985, dez anos depois de ter matado, ao que se sabe, sua última vítima. Durante um período de 22 anos, explorou sexualmente 43 meninos.
Ele foi acusado de sete assassinatos, sete abusos sexuais e sete necrofilias. Anatoly foi sentenciado à morte em junho de 1986, passando os próximos três anos no corredor da morte na prisão de Novocherkassk. Ele foi executado com um tiro em 16 de setembro de 1989.