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Caso Sandra Gomide: motivo do crime, assassinato, investigação e Pimenta Neves

O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves sempre foi, por mais que nunca transparecesse isso em público, um homem extremamente inseguro. Ele constantemente precisava da atenção das pessoas para se reafirmar como poderoso e influente no meio jornalístico, ainda que não conseguisse enxergar que seus trabalhos já faziam isso por si.

Sandra Gomide, sua então namorada, era uma dessas pessoas que ele utilizava para status quo. Ela tinha como função muito mais do que ser sua companheira em momentos bons e ruins da vida. Ela era um troféu, daqueles que precisava estar na parte mais alta da prateleira para que todos vejam o quanto você é bom e importante no que faz.

Gomide estava ali como mero acessório para o ego de seu namorado que precisava atestar para os outros – e para si, frente ao espelho – de que não estava velho, pois afinal, ele tinha uma namorada jovem, linda e excelente profissional ao seu lado. Contudo, Sandra, apesar de no fundo saber disso, gostava do homem. Havia vivido momentos bons com ele em quatro anos de relacionamento. Mas, no ano 2000, começou a perceber de fato que o que Pimenta Neves sentia não era amor. Era posse. Sentia-se um colecionável raro nas mãos de um fissurado por aparências.

Porém ela sabia que era mais do que isso. Editora de economia de um dos maiores veículos jornalísticos do país – O Estado de S.Paulo -, não precisava passar por isso. Mais ainda, ela gostava quando no mundo imaginário se via livre novamente. Perceber-se um objeto na mão de um homem que as vezes a tacava na parede para descontar seu ciúme com relação às pessoas que estavam em seu presente e que estiveram em seu passado já não era mais aceitável.

Pimenta Neves, por sua vez, quando recebeu a notícia de que seu atestado de jovialidade queria ir embora, trouxe para a superfície a criança insegura que no fundo sempre fora, sendo agressivo ao ponto de que prometera à si próprio que seu prêmio voltaria para a prateleira.

Sandra, profissional respeitada e competente, estava aliviada quando tirou as vestes douradas de troféu e voltou a vestir a roupa que mostrava a profissional brilhante que era. Porém, com o passar dos tempos, seu ex-companheiro não conseguia aceitar uma roupa que brilhasse mais do que a sua, ainda mais partindo de “algo” que, para ele, deveria estar ao seu lado como um acessório.

Assim, Pimenta Neves, assim como já havia feito com outras coisas que lhe ofuscavam, decidiu que precisava quebrar o seu antigo troféu. Não dava para lidar com ela sendo cobiçada por outros homens mais jovens do que ele – e ele se sentia muito jovem.

Assim, com base em seu ciúme doentio, Pimenta Neves foi a um haras onde Sandra e ele mantinham cavalos e, ali, a matou sem nenhum tipo de hesitação. A brilhante profissional rebaixada à carteirinha de jovialidade foi morta pelas costas.

Sua prisão

Pimenta Neves sabia que tinha passado do tempo. Ele nunca havia tirado alguém de seu caminho de sua frente daquela forma. Nunca havia quebrado um troféu. Sua consciência um dia pesou e ele mesmo se entregou para a polícia.

Preso, foi condenado a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão em maio de 2006, mas só sendo preso em 24 de maio de 2011, quando o STF confirmou a pena.

Hoje, Pimenta Neves encontra-se isolado desde que progrediu para o regime aberto em fevereiro de 2011.


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