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Voo VASP 168 – A Tragédia de Aratanha: Causas, quantos morreram e curiosidades

O Boeing 727-200 de matrícula PP-SRK decolou do Aeroporto de Congonhas com destino à Fortaleza tranquilamente no dia 08 de junho de 1982. Era um voo noturno, sem muitos problemas, em mais um dia de rotina para a tripulação e seus passageiros. O plano era que se fizesse uma escala rápida no Rio de Janeiro antes de partirem para o destino final.

A chegada à capital carioca foi tranquila e o tempo era bom. Nenhum tipo de incidente havia ocorrido no interior da aeronave. Muitos dormiam, outros liam e uns apenas admiravam o breu do lado de fora enquanto pensavam em vossas vidas e nos problemas que tinham deixado em solo.

Assim permaneceu até Fortaleza. Mais um voo tranquilo aconteceu e nada de anormal foi relatado pela tripulação. O clima estava calmo, limpo, sem formações de nuvens pesadas e a visibilidade era boa nos arredores da cidade cearense, embora havia uma leve garoa pairando.

Pelas janelas já era possível ver a capital passando “lentamente”, momento que os passageiros perceberam que em breve estariam no Aeroporto Pinto Martins. O avião já tinha sua proa virada para a cidade e estava a apenas 140 milhas de seu destino. Começa-se, então, os procedimentos para pouso às 2h25 da manhã, com o piloto e copiloto conversando com a torre de controle do local.

Esta, por sua vez, autorizou que o avião descesse até a altitude de 5 mil pés e pediu que a tripulação entrasse em contato quando cruzassem a linha dos 10 mil.

Os olhos enganam

Porém, como tinha um bom visual da pista onde deveria pousar, bem como de Fortaleza como um todo, o comandante da aeronave permaneceu descendo. Com os olhos fitos nas luzes da cidade, o comandante, contrariando as orientações da torre, permaneceu no processo de descida sob a ilusão de que, já que conseguia ver a cidade com clareza, tudo estava tranquilo para descer.

Porém, seus olhos enganaram sua percepção da realidade e ele não conseguiu observar a existência da Serra da Aratanha em seu caminho. De repente, o alerta de altitude soa. Com os olhos grudados nos flashes da capital, o homem desliga o alerta achando que tinha o controle da situação enquanto assoviava calmamente.

Porém, ao seu lado, o copiloto suspeita de algo. “Dá para ver que tem um morro aí na frente?”, disse com certa confusão na voz. O piloto, concentrado, não entende o que seu colega diz. “Uns morros“, repete.

Um segundo depois, às 2h45 da manhã, o piloto grita de maneira estridente. O avião havia colidido com a serra, matando todos os 137 ocupantes do avião.

Repercussão

O assunto tomou repercussão imediata na mídia e, assim que amanheceu, diversos curiosos subiram a serra para ver de perto o ocorrido. Um avião repartido em centenas de pedaços, uma área imensa absolutamente carbonizada, bagagens e objetos pessoais – que muitos foram furtados – espalhados pela enorme cratera que o avião abriu com seu impacto.

O que mais chocou, porém, foi uma árvore que em seus galhos tinham como adornos restos mortais dos tripulantes e passageiros do avião, enquanto pingava incessantemente gotas de sangue de suas folhas.

O resgate começou por volta das 7 horas da manhã e continuou por dois dias. Somente duas pessoas das 137 puderam ser identificadas.

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