Acidente TAM Congonhas: Quantos morreram e causas do Voo TAM 3054
O dia 17 de julho de 2007 parecia um dia comum para os tripulantes do voo 3054 da TAM, que tinha como rota o Aeroporto Internacional de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas. A viagem seguiu-se tranquilamente, sem problemas maiores que os do cotidiano de uma tripulação. Quarenta minutos seria o tempo do trajeto. O tempo era aparentemente bom, tirando algumas formações de nuvens que precisaram ser desviadas pelos pilotos durante o caminho.
Havia uma possibilidade de pousar o avião no Aeroporto de Guarulhos, mas uma decisão foi tomada no sentido de manter a rota e pousar em Congonhas, ainda que as condições climáticas ali não fossem melhores que as de lá.
Quando o Airbus 320 se aproximava de Congonhas, os pilotos Kleyber Lima e Henrique Stefanini Di Sacco receberam autorização da torre de comando para pousar. Tudo estava tranquilo até que um, com a voz meio cética diz “Nada dos spoilers“, em referência ao mecanismo usado para frear a aeronave. “Desacelera, desacelera“, diz o outro comandante. Neste momento, as rodas do avião tocam a pista. “Ai, meu Deus? Ai, meu Deus. Ai“; “Vai, vai, vai? Vira, vira, vira“, dizem os pilotos.
A aeronave sai da pista e dá um rasante sobre a avenida Washington Luiz. A conexão com os pilotos é perdida enquanto o Airbus colide com o edifício da TAM Express e com um posto de gasolina da Shell, causando uma enorme explosão e um incêndio imediato. Todos os 187 ocupantes da aeronave morreram imediatamente. Onze pessoas que estavam no prédio também morreram, além de um motorista de táxi que estava abastecendo seu carro.
As investigações
A apuração do que ocorreu para a maior tragédia aérea da história do país demorou cerca de 2 anos. O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ao fim, listou algumas causas do que pode ter levado ao acidente.
Segundo afirma o relatório final, cujo o UOL teve acesso, “a posição do manete na hora da aterrissagem, a ausência de alertas sonoros, a falta de treinamento dada aos pilotos para operar a aeronave, não haver um copiloto qualificado (os dois eram comandantes), além de ajustes ainda não realizados na pista de Congonhas” podem ter sido elementos primordiais para o caos.
A polícia e o Ministério Público de São Paulo indiciaram onze pessoas da Infraero, da Anac e da TAM. A Polícia Federal, que tinha sua própria investigação, indiciou apenas os dois pilotos mortos como os únicos responsáveis pelo acidente. A Airbus, empresa fabricante do avião, também responsabilizou os pilotos pelas mortes causadas, além de acusar a própria Infraero.
Em 2015, a Justiça Federal absolveu a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil, Denise Abreu; o então vice-presidente de operações da TAM, Alberto Fajerman; e o diretor de Segurança de Voo da empresa Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, denunciados pelo Ministério Público Federal.
Compensações e Homenagem
O valor das indenizações pagas às famílias das vítimas é mantido em segredo pela companhia aérea, que garante que todos os acordos já foram concluídos.
Em 2017, dez anos após o acidente, a Airbus anunciou um acordo de R$ 30 milhões com 93 parentes de 33 vítimas do TAM 3054.
No local onde ficava o prédio da TAM Express, foi erguido um memorial em homenagem às vítimas, inaugurado em 2015 pela Prefeitura de São Paulo. A praça possui uma árvore, a única sobrevivente do impacto, e bancos.