Vampiro de Niterói: quantos assassinatos foram cometidos?
Quando Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro de Niterói, foi preso, averiguava-se o desaparecimento de uma criança chamada Ivan. O menino tinha saído de casa com seu irmão Altair, também criança, para almoçar em conhecidos de sua mãe, já que passavam por severas dificuldades financeiras e não havia comida suficiente para todos os membros da família.
Após alguns dias longe de casa, Altair voltou sem estar com Ivan e, pior ainda, com a camisa ensanguentada e sem conseguir exprimir nada além de um choro forte e doído. Sua mãe, preocupada, procurou a polícia junto a um vizinho, já que seu filho não conseguia parar de chorar quando perguntado sobre o que tinha acontecido com seu irmãozinho.
Chegando na Delegacia, Altair se encheu de coragem e, finalmente, decidiu contar o que lembrava de ter ocorrido.
O menino contou que, em determinado momento, ele e seu irmão foram abordados por um homem, cujo nome não lembrava, que lhes ofereceu dinheiro para ajudar a acender velas para São Jorge na praia. Altair não estava em posição de negar a quantia que fosse. Ele tinha consciência do que sua mãe passava em casa. Então, junto à Ivan, aceitou o convite.
Porém, chegando na praia, o homem pegou Ivan em seus braços e tentou beijar a boca de seu irmão. Altair contou que ficou chocado com aquilo, ficando paralisado, enquanto que Ivan conseguiu se desvencilhar do homem e saiu correndo com medo.
Altair conta que ali percebeu que não haveriam velas para São Jorge, ficando paralisado pela culpa que estava sentindo enquanto o tal homem corria atrás de Ivan para tentar capturá-lo novamente. Sendo ele um adulto e Ivan uma criança, Altair contou que rapidamente seu irmão foi alcançado, momento que daí sim, Altair foi em direção a eles para tentar fazer alguma coisa.
Contudo, enquanto corria para ajudar seu irmãozinho, Altair contou que pôde ver o homem batendo a cabeça de Ivan contra algumas pedras grandes que haviam na praia, observando o sangue de Ivan sendo espirrado por todo canto.
A partir deste momento, Altair ficou paralisado e fazia tudo que o homem mandava. Assim, presenciou o estupro e a posterior morte de seu irmão, bem como depois sentiu o seu próprio abuso quando o homem cansou de penetrar e beber do sangue de um corpo imóvel.
Altair permaneceu com o homem até o dia seguinte quando este decidiu que o levaria ao seu trabalho como entregador de panfletos. Ao chegarem na loja onde pegariam o material a ser entregue nas ruas de Niterói, ao perceber que o homem havia se entretido numa conversa, conseguiu fugir, voltando para casa.
A confissão
Marcelo Costa de Andrade foi posteriormente identificado por Altair, que aos poucos foi retomando sua memória e ajudando a polícia, como sendo o estuprador e assassino de seu irmão. Com o andar das investigações, a polícia foi notando as características criminais de Marcelo em outros assassinatos parecidos com o de Ivan.
Assim, confrontado, confessou, em meio a gargalhadas, 13 estupros e assassinatos de crianças, dizendo que gostava de “fazer amor” com elas e de beber seus sangues – o que lhe rendeu o apelido de Vampiro e a ampla cobertura da mídia.
Andrade, após ter sido considerado inimputável em julgamento, foi encaminhado a um hospital psiquiátrico, onde lá deve ficar até que um laudo psiquiátrico forense oficial declare que esteja em condições de novamente viver em sociedade.
Em 1997, preso na clínica psiquiátrica, fugiu e partiu em direção a Guaraciaba do Norte em busca de seu pai, mas logo foi recapturado.
Hoje, o Vampiro de Niterói está preso no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo.