Quem matou Daniella Perez? O brutal plano de Guilherme de Pádua
No dia 28 de dezembro de 199, a atriz Daniella Perez, filha da autora Gloria Perez e seu colega de profissão Guilherme de Pádua, que atuavam juntos na novela “De Corpo e Alma”, escrita pela mãe da atriz, saíram juntos dos estúdios por volta das 21h.
No estacionamento, ambos foram parados por fãs da novela que pediram fotos e autógrafos para os artistas globais da novela que fazia sucesso até então. Terminado o ‘trabalho’ com os fãs, se despediram e cada um seguiu para seu veículo na intenção, teoricamente, de irem para suas casas. Foi um dia cansativo de trabalho.
Guilherme saiu primeiro com seu carro, que dentro já estava com sua esposa Paula Thomaz, que lhe aguardava no estacionamento para poderem sair juntos. Em seguida, Daniella também saiu. Era o fim, aparentemente, de mais um dia comum na vida dos jovens atores.
O aviso
No meio do trajeto, porém, Guilherme de Pádua parou seu veículo no acostamento da via, pois lembrou que precisava tratar de um assunto com sua colega de elenco e, sabendo que o carro dela passaria por aquela via, decidiu a esperar.
Alguns minutos depois, Guilherme percebeu que o carro de Daniella passara por ele e, decidido, começou a segui-la, momento que, ao perceber que ela iria parar para abastecer o veículo, acelerou e lhe deu uma ‘fechada’, ocasionando numa freada brusca por parte da atriz e a impedindo de ir embora. Com isso, ambos desceram de seus automóveis.
Daniella, reconhecendo Guilherme, não entendeu o que estava acontecendo e caminhou em direção a ele para entender o motivo dele ter feito aquilo. Neste momento, de Pádua acertou um soco desconcertante em Perez, o que a levou ao desmaio instantaneamente.
Com Daniella desmaiada, Guilherme a levou para seu carro e a deitou no banco de trás. Neste momento, sua esposa já estava no banco do motorista. Guilherme então pegou o carro de Daniella Perez e, junto com sua esposa, ambos foram em direção matagal na Rua Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
O assunto importante de que precisava tratar se tratava de Guilherme de Pádua a avisando que ela morreria naquela noite.
O crime
O casal criminoso, ao estacionarem ambos os carros, pegaram Daniella Perez e a levaram matagal adentro e, ali, com um punhal, perfuraram a atriz no pescoço, no peito, nos pulmões e em praticamente todos os lugares do corpo.
Com o corpo morto, ambos saíram dali apenas com o carro de Guilherme, onde pararam em um postod e gasolina e pediram uma lavagem completa no veículo. Com o automóvel brilhando, seguiram para casa, onde Paulo, grávida e cansada, precisava repousar.
Após deixar a esposa em casa, Guilherme foi dar uma caminhada pela praia de Copacabana, onde acredita-se que tenha jogado o punhal no mar.
O erro bobo
Quando o dia amanheceu, não se falava em outra coisa no país. A morte de Daniella Perez parou o Brasil e todos sofriam a morte da talentosa mulher que todos sabiam ser a próxima ‘queridinha’ das novelas. O crime parecia ainda mais inacreditável quando se pensava que, no dia anterior, ela estava em rede nacional, atuando e presente na casa de milhões de brasileiros.
No funeral, famosos compareciam. Dentre eles, Guilherme de Pádua, que “com muita emoção”, consolava Gloria Perez, mãe da mulher que matara há não muitas horas, e outros colegas.
Por outro lado, a farsa logo cairia. Um advogado – Hugo da Silveira – ao passar pela região do matagal, estranhou que dois carros estivessem parados num local que, teoricamente, é muito pouco movimentado, principalmente naquele horário. Assim, decidiu anotar a placa de um dos carros que ali estava. “OM 1115”.
Com a informação, ligou para a polícia e pediu para que esta averiguasse, seguindo seu caminho. Dois policiais foram ao local, mas, quando chegaram lá, só encontraram um veículo – que não correspondia à placa passada pelo 190. Ao entrarem no matagal para investigar, não demoraram a encontrar o corpo da atriz morto após um deles ter tropeçado no cadáver.
Com a outra placa em mãos, quando amanheceu, a polícia foi até os estúdios de gravação da novela para procurar a placa “OM 1115”. Não a encontraram. Porém, curiosamente, havia uma placa “LM 1115”, cujo proprietário era Guilherme de Pádua. Confrontado, Guilherme confessou o crime.
Motivações e condenação
A tese mais forte – e a que foi levada a julgamento pela acusação – é a de que Guilherme de Pádua queria uma papel mais forte e presente na novela em que atuava. Sabendo que Daniella Perez era filha da autora da novela, constantemente a assediava e tentava um envolvimento romântico a fim de que Daniella convencesse sua mãe a aumentar seu papel. Daniella, casa com o também ator Raul Gazolla, sempre negou as investidas.
De repente, o personagem de Guilherme foi cortado de dois capítulos da novela, levando-o a acreditar que fora Daniella a responsável por influenciar nessa decisão de sua mãe, decidindo a matar por vingança.
Outras teses como o ciúme doentio que Paula teoricamente tinha de Daniella com Guilherme, dado as cenas de amor que protagonizavam na novela, bem como de que o casal estava envolvido com magia negra também surgiram, mas nunca foram confirmadas.
Em 15 de janeiro de 1997, Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos de reclusão, dos quais já havia cumprido quatro antes do julgamento. Apesar de recorrer da sentença, sua pena foi mantida. Já o julgamento de Paula Thomaz aconteceu em 16 de maio de 1997, sendo condenada em 18 anos e seis meses de reclusão