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O assassino BTK: significado do nome e detalhes sobre a vida de Dennis Lynn Rader

Dennis Rader nasceu no dia 09 de março de 1945, na cidade de Pittsburgh, no Kansas, Estados Unidos. Diferente do que se costuma ver quando o assunto é serial killer, a infância de Dennis foi normal. Não sofrera abusos dos pais, que eram presentes, nem foi maltratado por nenhum outro parente ou colega através de bullying. Era apenas um garoto comum daqueles considerados ‘arteiros’.

Um de seus hobbies quando criança, por exemplo, era torturar pequenos animais, o que chamava a atenção de sua família, mas tirando esse fato, sua principal malcriação era roubar roupas íntimas de vizinhas, o que não era incomum para jovens meninos naquele momento. Sua adolescência seguia o mesmo padrão monótono: ir à escola, depois para casa, brincar com coleguinhas e fazer deveres.

Nesta toada, entrou para a Universidade Estadual de Wichita, deixando seus pais orgulhosos. Porém, em 1966, Rader decidiu que seu caminho era outro: o do que julgava ser aventura e adrenalina. Assim, ingressou na Força Aérea dos Estados Unidos e passou os anos seguintes no exterior em missões na Coréia do Sul, Grécia e Japão.

Voltando para o solo estadunidense em 1970, Dennis decidiu voltar a se dedicar aos estudos, indo cursar ‘administração de justiça’, enquanto trabalhava em diversos locais, não gostando muito da monotonia da rotina, que o fazia se lembrar sua adolescência que julgava “chata e sem graça”, mas a preservando em partes, por achar o correto a se fazer. Foi entao que conheceu Paula Dietz, se casando e tendo dois filhos com ela em apenas quatro anos.

Com ela, mantinha costumes antigos, como participar do grupo de escotismo da região e frequentar assiduamente a Igreja Luterana de Cristo de Wichita – da qual foi eleito presidente do Conselho de Congregação.

Em janeiro de 1974, porém, sua saga nada monótona ou tranquila começa.

A família Otero

Dennis Rader decidiu, neste momento, que seria ele mesmo. E ser ele mesmo era rememorar a época em que torturava animais. Contudo, agora os animais seria um pouco maiores.

Assim, procurando seu alvo, Rader entrou na casa da família Otero, que vivia em Wichita e tinha cinco integrantes. Ali, começou por amarrá-los após rendê-los. Após ter a certeza de que todos estavam imóveis, começou a torturar um por um, matando suas vítimas logo após estar cansado de brincar. A última a morrer foi a menina mais nova, de 11 anos. Seu corpo, antes de ser morto, foi coberto por esperma e limpo após Dennis se ver satisfeito em ver a menina morrer em sua frente.

O único da família Otero a sair vivo foi o filho mais velho do casal recém morto que, por sorte, – ou não, talvez – estava na escola. Quando chegou em sua residência, teve o azar de se ver sozinho no mundo ao encontrar sua família inteira torturada e desfalecida.

Acompanhando os jornais para saber o quão midiática seria sua empreitada criminosa, Dennis ficou muito revoltado quando a polícia prendeu três suspeitos do assassinato da família. “Como assim três pessoas aleatórias estão levando os créditos por algo que eu fiz?”, pensava Dennis.

Ele precisava de publicidade. Ele clamava por atenção. Foi aí que decidiu escrever uma carta detalhando todo o crime que cometeu, colocando-a dentro de um livro na biblioteca pública de Wichita. Em seguida, de forma a preservar sua identidade, avisou à jornalistas sobre a ‘dica’ que havia implantado e, quando os veículos de imprensa foram averiguar, reportaram o que viram para a polícia.

Aqui, os agentes policiais perceberam que não estavam lidando com um criminoso qualquer.

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Caricatura de Dennis Rader

“BTK”

Não demorou para que Dennis voltasse a matar. Ele havia decidido invadir a casa de Kathryn Bright, determinado a amarrá-la, torturá-la e matá-la. Inesperadamente, porém, quando invadiu a residência da mulher, encontrou ela com seu irmão Kevin. Dennis ficou feliz. O que seria uma morte, agora eram duas.

Porém, para o azar do assassino, Kevin sobreviveu à tentativa de estrangulamento, correndo para a polícia quando percebeu a casa vazia. A princípio, os investigadores não fizeram qualquer ligação entre esse crime e a morte da família Otero.

E assim a rotina monótona, mas ao mesmo tempo insana e macabra por debaixo dos panos de Rader se seguiu por quatro anos até que em 1978 decidiu se comunicar novamente com a mídia. Em uma nova carta, ele confessou a autoria de sete assassinatos e explicou seu procedimento na hora de executar um crime :“bind [amarrar], torture [torturar] and kill [e matar]”, formando a sigla BTK, que utilizou para assinar o documento. “Como serial killers não mudam de modus operandi, não mudarei o meu”, escreveu.

BTK mantinha uma rotina: espionar as vítimas, invadir suas casas enquanto estavam fora para que o encontrasse lá quando chegassem ou amarrá-las enquanto estavam dormindo. Então, coletava souvenirs e fugia, deixando os corpos mortos, ainda amarrados e estrangulados, para serem encontrados por outras pessoas. Seu prazer era esse: sufocar mulheres até que morressem.

Em 1991, porém, Dennis decidiu que era hora de encerrar sua carreira criminal, matando uma última vez. Após isso, passou a viver uma vida comum, sem muitas aventuras. Trouxe de volta ao protagonismo a monotonia de que tanto odiava. Nessa época, ficou ao lado da esposa e dos filhos, participando de encontros da igreja e liderando encontros de jovens escoteiros. 

Em 2004, porém, com o fechamento do “caso BTK” pelo FBI e com o aniversário de 30 anos da morte da família Otero, onde a mídia relatava o fracasso da polícia em resolver os crimes, citando até a possibilidade do responsável já estar morto, Dennis não ficou satisfeito.

Para BTK, a ideia de ser dado como morto era insuportável e, assim, resolveu escrever para as autoridades após 25 anos em silêncio. Ele precisava mostrar que ainda era um perigo. Ele precisava das atenções voltadas para o seu êxito em não ser pego.

O erro

O norte-americano passou a enviar pistas para a polícia de diversas formas – todas assinadas com um símbolo próprio, que a polícia já sabia ser do verdadeiro BTK, apesar da população em geral desconhecê-lo.

As pistas foram se tornando cada vez mais criativas, tanto que, em dezembro de 2004, um cidadão encontrou uma caixa suspeita contendo uma boneca Barbie amarrada como um dos membros da família Otero, além da carteira de motorista de uma outra vítima do BTK.

Um mês depois, a delegacia recebeu um cartão postal que levou os policiais a encontrarem num lugar remoto uma caixa de cereal jogada num lixo. Nela, havia uma pergunta: “Posso me comunicar por um disquete e não ser rastreado até um computador? Sejam honestos“.

A inocência de Dennis Rader, depois de anos de anonimato bem sucedido, assusta.

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Símbolo que BTK utilizava; Barbie encontrada amarrada como um dos membros da família Otero e caixa de cereal em que Rader deixou mensagem para a polícia.

A polícia prontamente respondeu para o assassino que disquetes eram impossíveis de rastrear. Dias depois, um envelope chegaria à estação da TV KSAS, em Wichita, contendo um disquete roxo. O FBI, então, descobriu que o item fora utilizado em um computador da Igreja Luterana de Cristo e, mais que isso, que o criador das pastas de arquivo dentro do disquete era um homem chamado “Dennis”.

Assim, a polícia obteve uma amostra de tecido celular da filha de Rader e a submeteu a um exame de DNA, comparando com materiais genéticos encontrados nas cenas dos crimes que sabiam que tinham sido cometidos por BTK.

A amostra foi conectada ao pai da jovem mulher, Dennis Rader, que em fevereiro de 2005 foi preso pelas autoridades à caminho de casa sem oferecer qualquer tipo de resistência. Levado à delegacia, passou mais de 30 horas conversando com os policiais responsáveis pelo seu caso, explicando detalhadamente como havia cometido cada um de seus homicídios.

A condenação

Em março do mesmo ano, Dennis Rader foi oficialmente acusado de 10 assassinatos e sua fiança, fixada em 10 milhões de dólares. O criminoso não se manifestou a princípio sobre sua culpa, mas um pouco antes de seu julgamento se declarou inocente através de seu advogado.

Porém, no primeiro dia de julgamento, 27 de junho de 2005, Dennis afirmou ser culpado por todas as acusações e, mais uma vez, como se gostasse de fazer isso, explicou detalhadamente o que havia feito com todas as vítimas.

Em 18 de agosto, no último dia de seu júri, Dennis Rader foi sentenciado a dez penas de prisão perpétua, com um período mínimo de sentença de 175 anos antes de obter o direito à liberdade condicional. O Kansas, naquele período, não tinha pena de morte.

Hoje, Dennis segue preso e vivo na prisão de El Dorado, no Kansas. O assassino passou boa parte de sua sentença em uma cela solitária, com uma hora de exercício por dia e banhos três vezes por semana.

Após 2006, foi permitido a Rader, de forma limitada, acesso a televisão e rádio, além de algumas revistas, e alguns outros pequenos privilégios devido a bom comportamento.

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Dennis Lynn Rader, o BTK, segue sendo um dos maiores criminosos seriais da história, principalmente por sua destreza em ter se mantido anônimo por tanto tempo ainda que se comunicando com autoridades e imprensa sempre que via seu nome começar a ser esquecido.

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