O Brasil há muito tempo ocupa a terceira colocação no ranking de países com o maior número de pessoas presas no mundo e, segundo dados de 2022, esta realidade não mudou. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, o Brasil alcançou no anos passado a marca de 909.061 presos. Desse total, 44,5% são provisórios.
Segundo Leandro Barra, em conversa ao portal Edição do Brasil, “um dos maiores problemas [da realidade carcerária] é a superlotação, além da completa desestrutura dentro do sistema prisional brasileiro. Isso acontece tanto com a alimentação, local apropriado para fazer as necessidades, higiene pessoal e dormir. Existem unidades prisionais com mais de 2 mil presos, sendo que o espaço comportaria apenas 1.500”.
Conforme afirma, “outro problema é a mistura dos encarcerados, visto que a Lei de Execução Penal determina a separação por tipo de pena, mas não se consegue atingir isso em totalidade.”
Sobre o que fazer para resolver ao menos o problema da superlotação, Leandro dissertou que são necessárias “políticas criminais de forma preventiva para que a prisão seja a última coisa a ser feita.” Segundo sua opinião, “isso é o que prevê nossa legislação, mas que não é cumprido, ou seja, primeiro prende-se para depois discutir o processo.”
Como outra medida, sugeriu o especialista ao portal que “seria interessante ter intervenções nas escolas, sindicatos e associações de bairros. A média de idade dos detidos no Brasil está na faixa dos 20 aos 30 anos e o objetivo é levar informações para os jovens.”
Países que lideram o ranking
Segundo o World Prison Brief, levantamento mundial sobre dados prisionais realizado pela Institute for Crime & Justice Research e pela Birkbeck University of London, Estados Unidos com 2.1 milhões e China com 1.7 milhão são os países que mais prendem, com o Brasil logo em seguida.
