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Conheça a história real por trás do filme “O Enfermeiro da Noite”

Um filme com a temática true crime da Netflix, “O Enfermeiro da Noite“, tem feito bastante sucesso desde o seu lançamento na plataforma no ano passado. O filme é baseado na verdadeira história de Charles Cullen, que foi apresentada no livro do jornalista investigativo Charles Graeber, em 2014, reunindo detalhes chocantes sobre o assassino em série de Nova Jersey, que também figura na lista dos serial killers mais ativos da história dos EUA.

Ao longo dos anos, o criminoso trabalhou como enfermeiro de UTI em diversos hospitais na Pensilvânia e em Nova Jersey antes da extensa relação de mortes misteriosas de pacientes ser rastreada até ele. Após a denúncia de Amy Loughren (Jessica Chastain), ele foi preso e confessou às autoridades que matou cerca de 29 pacientes durante o curso de sua carreira médica.

Dirigido por Tobias Lindholm, a história é cuidadosamente contada e fornece detalhes reais sobre os crimes cometidos. Entretanto, até os dias de hoje pairam dúvidas sobre o que teria sido a motivação de Cullen para o cometimento de tantos crimes no exercício de sua profissão.

O filme foi bem recebido pelos críticos cinematográficos, possuindo 75% de aprovação no Rotten Tomatoes. De mesmo modo, 76% do público considerou o filme como sendo de boa qualidade.

Modus operandi e os hospitais

O enfermeiro foi preso em 2003 após uma investigação minuciosa que contou com a ajuda de Amy, sua colega de profissão. No entanto, o criminoso passou 16 anos fazendo vítimas sem levantar qualquer suspeita devido ao método quase imperceptível que tinha para matar.

Segundo seu depoimento, Cullen, que confessou seus crimes quando preso, aplicava soro fisiológico contaminado com medicações como insulina e digoxina em seus pacientes. As substâncias, quando administradas sem prescrição, e em doses específicas, se tornam fatais.

O filme, assim como diversos documentários sobre o caso de Cullen, expõe um dos principais fatores para que o criminoso pudesse continuar a praticar seus crimes: o modo como os nove hospitais pelos quais o assassino passou lidou com a situação.

Com medo de serem processadas pelos familiares das vítimas, as instituições – mesmo notando a frequência da morte dos pacientes de Charles – preferiram demiti-lo ao invés de investigar a fundo o que estava acontecendo. Os hospitais simplesmente retiraram Cullen sem explicações e nunca alertaram quem o contratava em seguida.

Ele confessou ter tirado a vida de 29 pessoas, mas as autoridades estimam que o criminoso possa ter feito mais de 400 vítimas.

A possível motivação

Em uma entrevista na época, Cullen, inicialmente, disse que matava por que tinha “piedade de alguns pacientes“, e então tentava acelerar suas mortes para dar fim ao sofrimento deles. A explicação, no entanto, não soou bem aos ouvidos das autoridades, pois a maior parte de suas vítimas não estava em estado grave. Contestado, Charles nunca mais se abriu sobre o que o levava a matar.

Em conversa com a BBC, Amy, pessoa fundamental para a prisão de Charles, admitiu que tentou acreditar na justificava de Cullen, mas se deu conta de que esse não era o caso. 

“Lutei com a culpa de sentir falta dele. Lutei com a culpa de não ver que esse amigo também tinha um lado sombrio e monstruoso. E eu não queria ver… Eu queria acreditar que ele matava por misericórdia para que eu ainda pudesse me importar com ele. Mas ele não era um assassino que matava por pena. Ele era um assassino a sangue frio. E eu realmente me culpei por não ter visto isso“, desabafou.

Ao ser questionada sobre quando começou a suspeitar do médico, Amy explicou: “Eu queria dizer que comecei a suspeitar dele antes, mas não. Eu ainda carrego muita culpa sobre isso, por não ter conseguido perceber antes“. A enfermeira também tentou divagar sobre a motivação do criminoso. “Eu acredito que ele tinha muitas doenças mentais, ele chegou a tentar suicídio. E ele começou a ter tendências assassinas ainda na adolescência“, concluiu.

Após a prisão, Cullen se declarou culpado por 29 assassinatos e três tentativas de assassinato. Ele foi condenado a 11 prisões perpétuas consecutivas em Nova Jersey, tornando-o inelegível para liberdade condicional por cerca de 397 anos.

Atualmente, Charles está cumprindo a suas sentenças no estado da Pensilvânia.

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