Bento XVI: quem foi, nome verdadeiro, papado e morte
Joseph Ratzinger foi filho do comissário de polícia também chamado Joseph Ratzinger e de Maria Ratzinger, que antes do casamento trabalhou como cozinheira. O menino que viria a ser o 265º Papa da Igreja Católica Romana era o caçula dos dois irmãos mais velhos, Georg e Maria.
Joseph cresceu na cidade de Traunstein, perto da fronteira com a Áustria. Aos 12 anos, teve sua primeira experiência com a Igreja, quando integrou a escola do seminário, sendo esse um dos primeiros passos dentro da religião. Já aos 16 anos de idade, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, Joseph serviu à Alemanha em uma bateria antiaérea.
Voltando do Grande Conflito, Joseph passou a se dedicar mais à vida sacerdotal.
A vida religiosa
Após sua atuação na Segunda Guerra Mundial, Joseph e seu irmão continuaram seus estudos no seminário da Igreja, em Freising. Em 29 de junho de 1951, Joseph foi ordenado sacerdote.
Logo depois, com a ordenação, começou a dar aulas na Escola Superior de Freising. Continuando seus estudos dentro da religião, em 1953 se formou doutor em Teologia com a tese a respeito do “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho”.
Depois disso, trabalhou dando aulas em Bonn de 1959 à 1969, em Münster de 1963 á 1966 e em Tubinga de 1966 à 1969. Joseph ainda assumiu como professor de Dogmática e de História dos Dogmas na Universidade de Ratisbona, também em 1969.
Ao mesmo tempo, Ratzinger seguiu com publicações e estudos de Teologia durante as décadas seguintes, com destaque para 1973, quando publicou o volume “Dogma e Revelação”, que reúne os ensaios, as meditações e as homilias dedicadas à pastoral.
A sua dedicação à Igreja foi reconhecida quando, em 1977, o então Papa Paulo VI o nomeou arcebispo de Münster e Freising. Anos depois, em 1981, o Papa João Paulo II o ordenou prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
O sacerdote foi também presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional. Em 1991, o já bem reconhecido cardeal teve um derrame cerebral que afetou seu olho esquerdo, sendo acometido, logo depois, em 1994, de uma embolia que lhe fez perder a visão total desse olho.
Já nos anos 2000, ainda como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aprovou o documento “Memória e Reconciliação: A Igreja e as culpas do passado”, da Comissão Teológica Internacional, que acompanhou o pedido de perdão do Papa João Paulo II no Jubileu.
Nesse ano, tornou-se ainda membro honorário da Academia de Ciências do Vaticano e em 2002, foi eleito decano pelo papa. O decano é o presidente do Colégio Cardinalício e quem convoca e preside o conclave que elege o novo papa.
Sendo Papa
Após a morte do Papa João Paulo II, em 2005, o cardeal foi eleito o novo Papa da Igreja. Dessa forma, a partir do dia 19 de abril de 2005, assumiu o nome de Bento XVI.
No início de seu pontificado, enfatizou a missão do Papa enquanto pastor da Igreja Católica e pescador dos homens. Ainda em 2005, foi para a Alemanha, onde realizou uma missa para um milhão de pessoas durante a 20ª Jornada Mundial da Juventude.
No ano seguinte, viajou para a Polônia, onde visitou o campo de concentração de Auschwitz. O papa rezou diante de 22 lápides em homenagem às vítimas da Alemanha nazista.
Já em 2007, o Brasil foi o destino do novo Papa, sendo essa a sua primeira visita ao país enquanto chefe da Igreja. Aqui, Bento XVI participou da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
Ainda no Brasil, o papa canonizou o primeiro santo nascido no Brasil, o Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão. Em 2011, Joseph realizou a cerimônia de beatificação do seu antecessor, o Papa João Paulo II.
Bento XVI decidiu renunciar ao papado devido a problemas de saúde no dia 11 de fevereiro de 2013. O papa foi o primeiro de seu posto a renunciar ao cargo em 600 anos de Igreja Católica.
Após a renúncia, Bento XVI viveu recluso no Vaticano. Seu sucessor, o Papa Francisco, foi eleito no dia 19 de março de 2013. Já com a saúde bem debilitada, Joseph Ratzinger morreu aos 95 anos de idade, no dia 31 de dezembro de 2022. O velório de Bento XVI foi realizado na praça de São Pedro, no Vaticano, com missa de funeral celebrada pelo Papa Francisco.