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Air France 447: vítimas no fundo do mar e famílias sem amparo

Há um pouco mais de 14 anos, o Brasil e a França viviam uma tragédia que ficou conhecida como um dos mais trágicos já ocorridos na história da aviação dos dois países. Em 1º de junho de 2009, o voo 447, da Air France, deixou 228 pessoas mortas após, entre a rota que fazia do Rio de Janeiro até Paris, cair no meio da noite no Oceano Atlântico, algumas horas após a decolagem.

A bordo do avião estavam pessoas de 33 nacionalidades: 61 franceses, 58 brasileiros e 28 alemães, além de nove italianos, dois espanhóis e um argentino, entre outros.

O acidente

No dia do trágico evento, um Airbus A330 que operava o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris desapareceu no oceano Atlântico em frente à costa brasileira.

Algumas horas depois que sumiu dos radares, o avião passou a enviar mensagens automáticas emitidas pelo Sistema Dirigido de Comunicação e Informação da Aeronave (ACARS), indicando problemas elétricos na aeronave, bem como uma perda de pressurização da cabine.

Os primeiros destroços da aeronave foram encontrados no dia seguinte, no mar perto do Equador.

A Justiça francesa começou uma investigação em 5 de junho por “homicídios culposos”.

O escritório de investigação e análise de segurança da Aviação Civil (BEA) anunciou que o avião enviou 24 mensagens automáticas de defeitos em quatro minutos.

Estes indicavam uma “incoerência nas velocidades [do avião] medidas” pelas sondas Pitot.

A Air France anunciou a substituição deste dispositivo nos modelos A330 e A340 em 9 de junho. Em 2 de julho, um primeiro informe do BEA indica que as falhas destas sondas são “um elemento, mas não a causa” do acidente.

A Justiça francesa começou uma investigação no dia 5 de junho por sob a égide de que o caso seria de vários “homicídios culposos”. O escritório de investigação e análise de segurança da Aviação Civil (BEA) anunciou que o avião enviou 24 mensagens automáticas de defeitos em quatro minutos, o que indicava uma “incoerência nas velocidades [do avião] medidas” pelas sondas Pitot.

A Air France anunciou a substituição deste dispositivo nos modelos A330 e A340 em 9 de junho. Em 2 de julho, um primeiro informe do BEA indicou que as falhas destas sondas são “um elemento, mas não a causa” do acidente.

Dois anos depois do evento, em 17 e 18 de março de 2011, a Justiça acusou a Airbus e Air France por homicídios culposos. Em 2 de abril, uma parte da cabine do avião é encontrada. Em 1º e 2 de maio se recuperaram as caixas pretas.

Em 7 de junho, a operação de buscas dos corpos é encerrada: 154 corpos foram recuperados no oceano desde junho de 2009.

As causas

Em 28 de julho de 2011, as famílias das vítimas alemãs acusam o BEA de favorecer a hipótese de falha dos pilotos.

Um dia depois, em um novo relatório, esta agência reconhece a falha e admite ter retirado uma passagem que indicava um funcionamento paradoxal do alarme de entrada em estol (perda de sustentação no ar devido à baixa velocidade) dos A330, mas negou ter sofrido pressões.

Em 4 de julho de 2012, um informe de peritos judiciais aponta um conjunto de erros humanos e falhas técnicas. Um dia depois, o informe final do BEA concluiu que houve uma “obstrução das sondas de velocidade Pitot” e que os pilotos não detectaram o estol da aeronave.

No dia 30 de abril de 2014, cinco peritos outorgados por juízes de instrução estimaram que a catástrofe se deu a “uma reação inapropriada da tripulação após a perda momentânea das indicações de velocidade”. Uma nova perícia foi determinada pela Justiça em 20 de dezembro de 2017, a qual estabeleceu que a “causa direta” do acidente “resultou das ações inadaptadas da pilotagem manual” do avião.

A conclusão indignou as famílias das vítimas, que saíram em defesa dos pilotos. No dia 17 de julho de 2019, o Ministério Público de Paris pede um processo penal contra Air France por “negligência” e “imprudência”, mas assegura que não há acusações suficientes contra a Airbus.

As famílias das vítimas apresentam então um informe que alega que a Airbus tem ciência das falhas nas sondas de velocidade desde 2004. Porém, os juízes de instrução interromperam o processo para ambas as empresas.

Quanto às acusações de homicídios culposos, tanto a Air France quanto a Airbus foram absolvidas pela justiça.


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