Existe a possibilidade de atentado a escola de São Paulo ter tido a participação de mais pessoas
A Polícia Civil, responsável pela investigação do atentado à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã da última segunda-feira (23), apura se o crime teve a participação de mais pessoas além do adolescente de 16 anos responsável pelos tiros que mataram uma estudante e deixou outros dois alunos feridos. Um quarto jovem se feriu ao tentar fugir.
Aos policiais, o atirador confessou ter encontrado a arma na casa do pai, dentro de um colchão. As balas estavam em uma caixa separada que ele também conseguiu encontrar. Ele, então, teria carregado o armamento, levado à casa em que mora com a mãe e cometido os crimes sozinho – sem o auxílio de terceiros.
A Polícia, no entanto, ainda apura a informação de que ele teria comentado que cometeria o ataque em um grupo fechado de uma rede social de que participa. Ainda mais, também é foca da investigação o fato de que, talvez, o adolescente possa ter sido incentivado a cometer os assassinatos.
Os agentes estão em contato com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que tem um departamento que apura crimes cibernéticos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que “todas as circunstâncias relativas aos fatos são investigadas pelo 69º DP (Teotônio Vilela), que promove diligências e a oitiva de testemunhas. A arma do crime, em situação regular, foi apreendida e encaminhada ao Instituto de Criminalística”.
O ataque
“Começou com dois barulhos de bomba. Pessoal gritando, saindo correndo. Eu pensei: “Meu Deus, deve ter acontecido alguma coisa”. Tentamos trancar a porta, mandamos todo mundo sair”, narrou um dos alunos da escola.
“Saímos correndo batendo nas portas das salas de aula para todo mundo sair. Caí da escada e machuquei o joelho. Foi desesperador demais, fiquei em pânico”, disse outro.
Uma professora do primeiro ano do ensino médio afirmou que logo após conseguir levar seus alunos para fora da escola, teve acesso a um vídeo no qual o suspeito do ataque aparece sendo vítima de violência física em sala de aula.
“Ele era vítima de bullying, com base nesses vídeos. Tanto que o ataque, pelo que me falaram, começou dentro da sala de aula onde ele estudava”, afirmou a educadora.
Em nota, o governo de São Paulo lamentou o episódio e se solidarizou com as famílias das vítimas. “Neste momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares”, salientou.