Caso Marielle tem reviravolta e é descoberto o uso de bloqueador de sinal de celular e escutas
Domingos Brazão é o novo nome associado ao caso do assassinato da ex-veredora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O homem é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e foi citado na delação pelo ex-policial Ronnie Lessa como o suposto mandante do atentado.
Acontece que, de acordo com as investigações da Polícia Federal, Domingos Brazão fez questão de não ser gravado ou grampeado por investigadores ou até mesmo rivais. Em entrevista ao Metrópoles, na terça-feira (23), o conselheiro negou sua participação na encomenda do assassinato de Marielle Franco.
Brazão afirma que a denúncia pode fazer parte de uma estratégia para proteger outra pessoa. “Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação e vão surpreender todo mundo aí”, entregou ainda.
Conselheiro do TCE evitou ser grampeado
Domingos Brazão foi apontado como uma pessoa ‘cautelosa’ pela PF. Agentes da organização identificaram um embaralhador de sinal em seu gabinete, ainda em 2017. O item foi apreendido e chamou atenção dos investigadores.
O equipamento funciona para embaralhar ou interferir em itens que emitam sinais eletromagnéticos – como celulares e dispositivos de escuta. Desta forma, fica impossível gravar diálogos no ambiente. Além disso, relatos sobre Domingos Brazão informaram que o conselheiro trocava constantemente de telefone.
Na época, Brazão chegou a ser preso, mas foi solto pouco tempo depois. Ele fez parte da Operação Quinto do Ouro, que investigava o pagamento de propinas a conselheiros do Tribunal de Contas do Rio. O conselheiro ainda responde à ação penal. Essa, inclusive, não é a primeira vez que o nome de Brazão é associado ao caso Mariele Franco. Em 2019, ele foi citado foi citado no depoimento do policial militar Rodrigo Jorge Ferreira.