Muito além das expectativas, o “homem do pulmão de ferro” realizou feitos inimagináveis
Na terça-feira, dia 12 de março, o mundo perdeu uma figura icônica da resistência humana e da superação das adversidades. Paul Alexander, um americano que ficou conhecido como “o homem do pulmão de ferro”, sucumbiu aos 78 anos de idade.
A história de Alexander é uma narrativa de coragem e determinação inabaláveis. Contraiu poliomielite em 1952, aos seis anos de idade, uma doença que o deixou paralisado do pescoço para baixo e incapaz de respirar de forma autônoma.
Os médicos enfrentaram desafios sem precedentes e, após uma cirurgia pioneira, colocaram-no em um cilindro de metal – um pulmão artificial. Esta seria a sua morada pelos próximos anos.
Entretanto, mesmo diante das limitações físicas impostas pela doença, Alexander recusou-se a ser definido por elas. Com uma determinação inquebrável, graduou-se em Direito e exerceu a advocacia.
Além disso, compartilhou suas experiências através da publicação de vários livros, demonstrando um espírito resiliente que inspirou inúmeras pessoas ao redor do mundo.
Anúncio do falecimento
O anúncio de seu falecimento foi feito por um site de arrecadação de fundos que o auxiliava. A maioria dos sobreviventes da poliomielite que foram colocados em pulmões de ferro não tinha expectativa de vida prolongada.
No entanto, Alexander desafiou as probabilidades, vivendo por décadas após a erradicação da poliomielite em vários países, graças à invenção da vacina na década de 1950.
Embora os pulmões de ferro tenham se tornado obsoletos na década de 1960, dando lugar aos ventiladores mecânicos, Alexander optou por permanecer no cilindro que se tornou sua casa, afirmando que havia se acostumado com ele.
Sua extraordinária jornada foi reconhecida pelo Livro Guinness dos Recordes, que o homenageou como a pessoa que viveu mais tempo em um pulmão de ferro.
Livro de memórias
Com o passar dos anos, Alexander desenvolveu técnicas para respirar sozinho, permitindo-lhe sair do pulmão de ferro por curtos períodos. Ele descrevia seu fiel companheiro como o “velho cavalo de ferro”, um dispositivo movido por um fole que imitava os movimentos respiratórios naturais.
Seu legado transcendeu as páginas dos livros e os tribunais. Em 1986, publicou um livro de memórias que capturava sua jornada incrível, um trabalho que levou oito anos para ser concluído com a ajuda de um amigo dedicado e um bastão de plástico para digitar em um teclado.