Caso Marielle Franco completa 6 anos e investigações ainda estão sem conclusão
Se passaram seis anos desde o chocante assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, e apesar de intensas investigações, duas perguntas continuam ecoando sem resposta: quem mandou matar Marielle e por quê?
No fatídico dia 14 de março de 2018, Marielle e Anderson foram vítimas de uma emboscada brutal, enquanto retornavam de um evento na Região Central do Rio de Janeiro.
Seu carro foi alvejado por 13 disparos, um ato que ceifou não apenas suas vidas, mas também a voz de uma incansável defensora dos direitos humanos.
Marielle, uma mulher negra, lésbica e criada no Complexo da Maré, conquistou mais de 46 mil votos, tornando-se a quinta vereadora mais votada na capital fluminense nas eleições de 2016.
Para a viúva da vereadora, Mônica Benício, o assassinato de Marielle representou um ataque direto à democracia, um atentado às bases fundamentais da sociedade.
Durante os seis anos de investigações, o caso passou pelas mãos de cinco delegados titulares na Delegacia de Homicídios da Capital, até que no ano passado a Polícia Federal assumiu o comando das investigações.
Investigações sobre o caso “Marielle Franco”
Em 2021, duas procuradoras do Ministério Público que integravam a força-tarefa para elucidar o crime abandonaram o caso, citando interferências externas e obstáculos enfrentados na condução das investigações.
Atualmente, quatro suspeitos estão sob custódia, incluindo o policial reformado Ronnie Lessa, que confessou ter efetuado os disparos, e o ex-policial militar Élcio Queiroz, que admitiu ter dirigido o veículo no momento do crime.
Além disso, Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro, é suspeito de monitorar a rotina de Marielle e auxiliar na ocultação de provas, enquanto Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, teria desmontado o veículo utilizado na ação criminosa.
Em uma delação premiada, Ronnie Lessa apontou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, como um dos mandantes do crime, mas até o momento, ele não é oficialmente considerado suspeito pela Polícia Federal.
Outras vítimas do caso
O caso também é marcado pela trágica morte de outras cinco pessoas que surgiram nas investigações desde 2018. Lucas do Prado Nascimento da Silva, conhecido como Todynho, suspeito de envolvimento na clonagem do veículo utilizado no crime, foi emboscado e morto na Avenida Brasil, em Bangu, Zona Oeste do Rio.
O ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, suposto chefe do Escritório do Crime, também chegou a ser considerado suspeito antes de ser morto pela polícia da Bahia em 2020.
Seu braço direito, Luiz Carlos Felipe Martins, também foi assassinado em 2021, em Realengo. O sargento reformado da PM Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, teria intermediado a ordem para o assassinato de Marielle e também foi morto em 2021, em Bangu.
Por fim, Hélio de Paulo Ferreira, conhecido como Senhor das Armas, foi executado no Anil, na Zona Oeste, em fevereiro deste ano.