O Vaticano emitiu um documento intitulado “Dignitas infinita”, reafirmando sua oposição à “teoria de gênero”, mudanças de sexo e outras questões controversas. O documento, divulgado pelo escritório doutrinário do Vaticano, surge após resistência conservadora, especialmente na África, contra políticas anteriores relacionadas a questões LGBT.
A nota, aprovada pelo papa Francisco, aborda uma série de tópicos, incluindo pobreza, imigração e violência contra mulheres. No entanto, destacam-se as condenações explícitas à “teoria de gênero”, à gestação por barriga de aluguel e à mudança de sexo.
Sobre a “teoria de gênero”, o documento critica a busca pela autodeterminação pessoal, equiparando-a a uma tentativa de se igualar a Deus. Reforça a visão de que a vida humana é um dom e qualquer desvio dessa verdade fundamental é considerado uma ameaça à dignidade.
Quanto à mudança de sexo, o Vaticano adverte que qualquer intervenção desse tipo corre o risco de minar a dignidade única que cada pessoa possui desde o momento da concepção. Embora reconheça cirurgias para corrigir anormalidades genitais, o documento enfatiza que esses procedimentos não devem ser confundidos com mudanças de sexo no sentido pretendido.
Além disso, a nota condena a maternidade por barriga de aluguel, considerando-a uma violação da dignidade tanto da mãe quanto da criança. O papa Francisco já havia descrito essa prática como “desprezível” e solicitado uma proibição global.
O documento também denuncia a perseguição de pessoas com base em sua orientação sexual, destacando que tais ações são contrárias à dignidade humana.
Por fim, reitera a posição do Vaticano contra o aborto, a eutanásia e a pena de morte, citando não só o papa Francisco, mas também seus antecessores, Bento XVI e João Paulo II, bem como documentos anteriores da Igreja.
Este pronunciamento reforça a postura conservadora da Igreja Católica em relação a questões de gênero e sexualidade, gerando debates e críticas em diferentes partes do mundo.