Jogador do Brasil é alvo de intolerância religiosa: “Macumbeiro vagabundo”
Paulinho, jogador de futebol dos times Atlético-MG e da Seleção Brasileira, voltou a ser alvo de comentários intolerantes contra a sua religião. Foi após o jogo do Brasil contra a Colômbia, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo, que o atleta expôs o conteúdo de racismo religioso envolvendo sua crença.
Um dos comentários citava não só a religião como a posição política de Paulinho, usando isso para criticar o desempenho do time brasileiro, que perdeu de 2 x 1 para o adversário. “Foi só esse macumbeiro vagabundo, desperdiçador de farofa entrar que tomamos a virada”, disparou uma pessoa. “Só foi o macumbeiro petista entrar que o Brasil tomou a virada”, declarou outro internauta.
Tais declarações mostram não só o preconceito contra Paulinho como toda prática religiosa, já que o atleta é voltado par religião de matriz africana. O jogador, por sua vez, não se deixou abalar, mostrando os comentários que recebeu, mas reforçando sua crença: “Nossa luta é diária… Seguimos. Gratidão aos orixás“, escreveu.
Ministério do Esporte se pronuncia após racismo religioso
A estreia de Paulinho na Seleção Brasileira aconteceu no último dia 16 de novembro. Desde então, o atelta tem sido alvo de comentários preconceituosos. O jogador, contudo, é um forte defensor das suas crenças e também contra o racismo religioso.
“A gente vem tendo muitos casos de preconceito. E não só por intolerância religiosa, mas também por vários tipos de intolerância, como a relacionada à cor de pele. Sabemos o quão é difícil lutar por essas causas, por essas minorias. Nós ficamos tristes por esses acontecimentos, mas como eu sempre digo, sempre vou continuar na luta, sempre vou continuar fazendo o meu papel, usando a minha voz para poder combater esse tipo de preconceito”, declarou.
Já André Fufuca, ministro do Esporte, defende um esforço coletivo para combater efetivamente não só o racismo no futebol, como também a intolerância religiosa. “É preciso sermos reconhecidos pela capacidade de coibir esse mal. O racismo deve ser abolido dos campos e também de fora deles. É dessa maneira que nós teremos uma sociedade mais fraterna e justa”, afirmou.