Quanto Edir Macedo pagou para comprar a Record?
Você deve se questionar, o bispo Edir Macedo sempre foi o dono da emissora de televisão Record? A resposta é não. Um dos capítulos mais intrigantes da TV brasileira foi a venda da emissora Record, em 1989. Os rumos que circulam, é a divergência em torno dos valores, personagens e outros detalhes da trama que ainda permanecerem uma incógnita.
Para além das matérias produzidas me peso na época sobre o assunto é possível recorrer a três livros que apresentam diferentes versões sobre o episódio, sendo: “A Fantástica História de Silvio Santos” (2000), escrito por Arlindo Silva; “O Marechal da Vitória” (2005), de Tom Cardoso e Roberto Hockmann; e a segunda parte da biografia de Edir Macedo (“Nada a Perder 2”, de 2013), escrita pelo bispo em conjunto com o jornalista Douglas Tavolaro.
De volta ao passado
Contextualizado, a emissora Record iniciou suas atividades em 1953, quando foi fundada pelo empresário Paulo Machado de Carvalho. Conhecido popularmente como ‘Marechal da Vitória’ o homem se destacou como chefe da delegação brasileira nos primeiro títulos da Copa do Mundo de futebol, conquistados o primeiro em 1958, na Suécia, e o segundo, em 1962, no Chile.
Sendo um dos pioneiros a fazer parte da televisão brasileira, a situação financeira não era das melhores, isso porque a gestão que Paulo Machado Carvalho fazia não era boa. Vale ressaltar que um episódio interessante que ocorreu em 1976, foi a exigência que ele fez, solicitando provas que comprovassem que Silvio santos era realmente sócio da emissora.
Após esse atrito, os representantes de Silvio Santos fizeram uma proposta de reforma estatutária na Record, no entanto, o fundado optou por uma interpelação judicial. A tensão entre ambos só melhorou quando houve, na ocasião, a interferência do então ministro das Comunicações, Euclydes Quandt de Oliveira.
Ao longo dos anos, a Record sob a gestão de Paulo Machado Carvalho, foi acumulando dificuldades financeiras e chegou no seu auge de dificuldade ainda na década de 1980. No radar de grandes investidores nacionais e internacionais, o primeiro que teve notícia foi o Grupo Abril, que manifestou interesse em investir na emissora em 1983. Contudo, as tentativas não avançaram.
Depois de muitas propostas, quem avançou nas negociações foi o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. A formalização da venda ocorreu em 1990. Ao todo, foi desembolsado um total de US$ 45 Milhões, divididos em um sinal de US$ 20 milhões, para serem quitados em 1990 e o restante foi dividido em prestações com vencimento ao longo de 20 meses, a serem pagos tanto para Silvio Santos quanto à família Machado de Carvalho.