Ocean Gate demitiu especialista que apontou falhas de segurança do submersível
Empresa do submersível desaparecido, Ocean Gate, demitiu David Lochridge um especialista em segurança que apontou falhas no “submarino”, incidente que aconteceu em 2018. Naquela época, ele foi responsável por conduzir uma análise que revelou problemas no casco de fibra de carbono do “Titan”.
Essas falhas poderiam ter passado despercebidas se a embarcação não tivesse sido submetida a testes mais rigorosos. Lochridge também sugeriu que uma agência externa certificasse o material utilizado.
Apesar dos esforços de David, ele foi dispensado pela empresa devido às suas preocupações com a segurança. O funcionário, originário da Escócia, havia se mudado para os Estados Unidos para trabalhar na Ocean Gate. Segundo informações da BBC, mesmo após alertar seus superiores verbalmente, nenhuma ação foi tomada. Diante disso, David decidiu redigir um relatório.
Após essa atitude, Lochridge foi demitido e processado por divulgar informações confidenciais. Ele e a empresa chegaram a um acordo, e o ex-funcionário não está disponível para entrevistas. No entanto, as informações fornecidas por Lochridge podem ajudar as autoridades a lidar com o caso do desaparecimento do submarino.
Lochridge relatou que a janela frontal do submersível suportava apenas uma profundidade de 1,3 mil metros, uma estimativa muito inferior à localização dos destroços do Titanic, encontrados a 3,8 mil metros abaixo da superfície do oceano.
Além disso, a preocupação do ex-funcionário foi ignorada pela empresa e uma carta foi enviada a Stockton Rush, o CEO da Ocean Gate, expressando “preocupação unânime” por parte de especialistas da Marine Technology Society. Esses profissionais também destacaram a necessidade de uma revisão no Titan.
Em entrevista à BBC, Rush afirmou que decidiu abrir as viagens que anteriormente eram restritas aos submarinos do governo. Atualmente, essas expedições custam cerca de US$ 250.000, o equivalente a aproximadamente R$ 1,9 milhão.