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A história real do serial killer John Wayne Gacy, o palhaço assassino.

Nascido em 1942, em Chicago, John Wayne Gacy, assim como em sua futura profissão, precisou atuar desde cedo fingindo que estava tudo bem. Isso por que em casa, onde deveria se sentir seguro, tinha um pai alcoólatra que o agredia verbal e fisicamente ainda que “sóbrio” – o que era raro. Revelar sua homossexualidade era, claro, incogitável, seja porque em casa isso não seria nem um pouco bem aceito, seja porque na sociedade em que vivia, sofreria ainda mais violência.

Porém, fora de casa, Gacy era conhecido por seu charme. Sua desenvoltura ao falar fazia com que as pessoas quisessem estar perto dele, o que o fez atrair grandes grupos de amigos. Era inteligente, engraçado; alguém que se queria estar perto. Assim foi na escola, nos primeiros trabalhos e em seu primeiro casamento – com uma mulher.

Sua vida adulta seguia um trilho comum até que em 1968, John Gacy, inesperadamente, foi preso acusado de molestar e agredir um adolescente de 15 anos. Com sua prisão, mais denúncias surgiram, mas o abusador se declarou culpado em apenas uma delas. Julgado, foi condenado a 10 anos de prisão, perdendo junto com isso a mulher e os dois filhos, já que aquela com a sentença pediu imediatamente o divórcio e a guarda das crianças para si.

A vida na prisão

Relembrando a infância, Gacy voltou a atuar fingindo que tudo estava bem. Ocupando a função de cozinheiro na prisão, se tornou um criminoso com o comportamento ‘perfeito’, sendo prestativo e estudioso, aproveitando as ‘férias’ para se formar em diversos cursos. Seu comportamento exemplar só precisou acontecer por 18 meses após ter sido sentenciado, pois, graças a sua atuação brilhante, ganhou liberdade condicional em 1970, quase que como um Oscar de melhor ator.

Saindo com seu prêmio em mais um trabalho, não demorou muito tempo para que saísse do personagem. Já em fevereiro de 1971 carregava sob suas costas uma denúncia de abuso sexual. O caso, porém, não prosseguiu. John se safou.

Preocupado em ser preso mais uma vez, Gacy decidiu tentar mudar de vida após não ter sido pego. Assim, se casou mais uma vez, se declarou bissexual, abriu uma empresa de reparos domésticos e, ao mesmo tempo trabalhava como cozinheiro e palhaço em festas infantis.

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John Gacy como palhaço

A empresa de fachada

John Gacy viu na sua empresa de reparos uma oportunidade. Sob o pretexto de atrair homens jovens e fortes para a lida braçal que era necessária nesse tipo de trabalho, Gacy deixava o mundo lhe trazer vítimas, não trabalhadores.

Mesmo que muitos dos jovens que iam procurar emprego na sua empresa desaparecessem logo em seguida, ninguém se importava. Naquela época era normal que jovens fugissem de casa e Wayne Gacy era uma estrela local. Carismático, gentil e prestativo, todos o amavam.

John havia voltado a atuar. Porém não só como palhaço. Mostrando para o mundo uma pessoa incrível, quando estava fora de cena, agredia, molestava e assassinava os candidatos entre 18 e 20 anos que iam buscar emprego. Contudo, ninguém é perfeito 100% do tempo e, uma hora, cometeria um erro.

O erro

Robert Piest, um garoto de 15 anos, assim como Gacy, tinha uma reputação imaculável na vizinhança onde morava. Tido como o filho exemplar, trabalhava em uma farmácia e ajudava nas despesas da família.

Quando Robert não voltou para casa em dezembro de 1978, a família imediatamente descartou a hipótese do menino ter fugido. Era impossível. Ele amava estar em casa.

Com a investigação policial, não demorou para que se descobrisse que John Gacy estivera na farmácia onde o menino trabalhava e, mais do que isso, oferecesse trabalho a ele. A polícia de Chicago então, ao revisitar os antecedentes de Gacy, lembrou-se da condenação por molestar um jovem de 15 anos, usando este fato como base para conseguir um mandado de busca na casa do palhaço.

Contudo, nada de comprometedor na batida policial foi encontrado. Havia algumas bizarrices, como brinquedos sexuais, roupas pequenas demais para caberem em um homem adulto e livros com temas incomuns, mas nada que justificasse uma prisão. Durante a batida, John, ator, oferecia drinks para a polícia e explicava que estava com problemas de esgoto. Assim como conduziu os policiais por toda a casa, também os conduziu porta afora, vendo o momento em que foram embora.

Quando a polícia foi embora, John se despiu da personagem. Ele sabia que iria ser pego e não demoraria muito. Com isso, decidiu fazer uma espécie de tour de despedida, indo visitar amigos e os presenteando. Em uma dessas visitas, a dois colegas que trabalhavam num posto de gasolina, passou um tempo com eles e os presenteou com alguns sacos de maconha.

John não sabia – obvio – mas a polícia o seguia para onde quer que fosse.

A prisão e os corpos

John Gacy foi preso em flagrante por posse de drogas, fato que fundamentou uma nova busca em sua casa. A polícia tinha a chance de, agora, revirar o local. E foi revirando que encontraram o que não queriam. 26 cadáveres no mesmo lugar onde o palhaço disse antes que havia problemas de esgoto. Confrontado, Gacy confessou com frieza de detalhes os estupros e assassinatos que cometeu.

Levado à julgamento e alegando insanidade para evitar o pior, foi condenado em 1980 à pena de morte. Sua atuação, agora, não havia dado certo.

O assassino entrou no corredor da morte e passou 14 anos na prisão de segurança máxima até a sua execução. Nesse tempo, se tornou uma figura bastante midiática, concedendo entrevistas e relatos em que falava abertamente sobre os crimes que cometeu e sobre sua vida pregressa. Foi aqui que ganhou a fama de palhaço assassino pela mídia.

Na manhã do 9 de maio de 1994, foi morto por injeção letal.

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