Acidente do Voo Gol 1907: quantos morreram? alguém foi preso?
No dia 29 de setembro de 2006 às 18h35, um Boeing 737 saiu da cidade de Manaus com destino ao Rio de Janeiro, com escala prevista para acontecer no Aeroporto Juscelino Kubitscheck em Brasília, com 154 pessoas entre passageiros e tripulantes.
Por outro lado, às 17h51, o Embraer Legacy 600, um jato comercial da empresa ExcelAire, começou seu voo de inauguração partindo da fábrica da Embraer no Aeroporto de São José dos Campos para o Aeroporto Internacional de Miami a caminho de Manaus, onde faria uma escala para reabastecimento, antes de prosseguir para o destino final, Miami, Estados Unidos. O voo tinha 5 passageiros e dois tripulantes, o comandante Joseph Lepore e o primeiro-oficial Jean Paul Paladino, ambos estadunidenses.
Um voo que no primeiro momento parecia tranquilo para ambas as aeronaves, se tornou uma tragédia quando o relógio sondava às 20h00.
O choque
Próximo à cidade Matuapá, a 750 quilômetros de Manaus, ambos os aviões colidiram no ar. O winglet, componente virado para cima na ponta da asa esquerda do Legacy para diminuir o arrasto do vento, cortou a metade da asa esquerda da aeronave da Gol. Isso fez com que o Boeing 737 perdesse sustentação, o que rapidamente levou a aeronave a cair e colidir com uma área de densa floresta tropical, na Terra Indígena Capoto Jarina, a 200 quilômetros a leste do município de Peixoto de Azevedo.
Já o jato da Embraer, embora tenha sofrido sérios danos, continuou em voo sem piloto automático, o que exigiu uma quantidade incomum de força no manche pelo piloto para manter a aeronave estabilizada.
Com a ajuda de retransmissão de rádio de um Boeing 747 da empresa Polar Air Cargo, que sobrevoava a área no momento, a tripulação do Legacy pousou o jato na Base Aérea do Cachimbo, um grande complexo militar localizado a cerca de 160 quilômetros de distância do ponto onde ocorreu a colisão.
Imediatamente após o pouso de emergência, a Força Aérea Brasileira e a Agência Nacional de Aviação Civil prenderam a tripulação do Legacy. Contudo, ainda que seus passaportes tenham sido apreendidos enquanto a investigação do ocorrido se desenrolava, aqueles foram devolvidos dois meses após o acidente, o que permitiu que a tripulação voltasse aos Estados Unidos sem maiores problemas.
A conclusão das investigações
O acidente aéreo provocou a morte das 154 pessoas que estavam à bordo do avião da GOL.
O local do acidente foi encontrado em 30 de setembro pela FAB, que teve dificuldades para chegar ali devido à densa floresta no entorno. O resgate das vítimas também não foi tarefa simples. Cerca de 200 soldados do Exército trabalharam por sete semanas até encontrar a última vítima do evento.
A conclusão das investigações foi de que os pilotos do Legacy desligaram o transponder, um aparelho obrigatório que informa a posição e altitude das aeronaves aos controladores de voo, e o TCAS, que indica ao piloto a existência de outros aviões nas proximidades.
Além dos dois pilotos, a denúncia do Ministério Público Federal pediu a condenação de quatro controladores de voo por condutas que caracterizariam “atentado contra a segurança de transporte aéreo”. Os controladores foram absolvidos na justiça comum, mas um deles foi condenado pela Justiça Militar por homicídio culposo.
Os pilotos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, condenados pela Justiça Brasileira, ainda não foram presos e são considerados foragidos no Brasil.
A maioria das famílias das vítimas fez acordo com a Gol logo depois do acidente para receber indenizações pelos danos morais e materiais causados.