Aileen Wuornos: Crimes, investigação, julgamento e morte da serial killer
Se Aileen Carol tivesse o poder de decidir nascer ou não naquele fevereiro de 1956, certamente ela negaria o presente divino.
Seu pai, um molestador e sociopata e a mãe desequilibrada mentalmente, se separaram antes mesmo dela dar o primeiro respiro de vida. Abandonada com 6 meses e deixada com o irmão, Aileen descobriu desde cedo que sua vida não seria fácil. Sua infância basicamente se resume em ter relações incestuosas com o irmão enquanto foi morar com ele junto aos avós maternos.
Seu avô, um alcoólatra extremamente violento, a espancava constantemente e não eram raras as vezes em que ele a molestava. Seu pai biológico se matou na cadeia por ter assediado uma menina de 7 anos.
Com a saúde mental extremamente perturbada, Aileen, com apenas onze anos, já trocava favores sexuais na escola em troca de cigarro e algo para poder comer. Com 14, já estava grávida e o pai era um amigo de seu avô que, junto com ele, a estuprava.
O casamento frustrado e problemas com a polícia
Com a morte de sua avó, Wuornos – que ganhou este sobrenome justamente por ter ido morar com os avós – preferiu as ruas de Michigan, sua cidade natal. Nelas, abusava das drogas e se prostituía para ganhar dinheiro e bancar seus vícios. Não demorou muito para que, com 20 anos, conhecesse um homem de 69 anos chamado Lewis, enxergando nele uma oportunidade de melhorar de vida.
Porém, o sonho matrimonial acabou 9 semanas depois quando Aileen o deixou após ter sido agredida com a bengala que ele utilizava para se locomover.
Voltando para as ruas, Wuornos começou a pular de relacionamento em relacionamento, sempre utilizando identidades falsas, além de continuar ativa em assaltos à mão armada e no alcoolismo. Com os fracassos nas tentativas em ter um enlace bem sucedido com alguém, Aileen voltou a se prostituir.
Aqui, então, é que ela percebe que não nutria bons sentimentos pelo sexo masculino.
Os crimes
Em decorrência de sua conclusão, ela passou a frequentar bares homossexuais, ambientes onde, em determinado momento, conheceu Tyria Moore. Ambas se apaixonaram e passaram a viver juntas. Ainda assim, Aileen permanecia na prostituição para poder se sustentar.
Foi então que, com um de seus clientes, em 1989, segundo ela, um de seus programas foi longe demais e um homem a levou para um local isolado para espancá-la e estuprá-la. Andando sempre com um revólver da época de assaltos, teoricamente em legítima defesa, Aileen então o matou com três tiros.
A morte deste homem desencadeou algo na psiqué de Wuornoss que, durante o ano, matou mais seis rapazes com tiros à queima roupa, os deixando sempre em carros à beira de estradas em diversas regiões.
A polícia investigando os crimes já cogitava a existência de uma serial killer, desconfiando que ou era um homem muito baixinho ou era uma mulher, já que todos os carros encontrados estava com o banco do motorista muito perto do volante.
O fim
Em julho de 1990, duas mulheres se envolveram em um acidente de carro e o abandonaram antes da chegada dos policiais. O veículo pertencia a Peter Siems, desaparecido há cerca de um mês.
Com retratos falados das duas mulheres envolvidas no acidente feitos por testemunhas, logo algumas pessoas começaram a ligar para a polícia, reconhecendo Tyria e Aileen. Em janeiro de 1991, Wuornoss foi localizada por um policial disfarçado e presa como suspeita.
Partindo a força policial atrás de Tyria, quando esta foi encontrada na casa da mãe, fugitiva, contou tudo que sabia e disse que ajudaria a retirar a confissão da amante assassina. Assim, Aileen, em uma conversa com Tyria pelo telefone e confrontada com as provas, Lee confessou os sete assassinatos. Ela inocentou Tyria e disse que todos os assassinatos foram em legítima defesa.
Porém, não demorou para abandonar a tese defensiva e passar a dar detalhes do que aconteceu com suas vítimas e dizer que faria tudo de novo por “odiar seriamente a vida humana”.
Condenada em julgamento à pena de morte, em 9 de outubro de 2002, aos 46 anos, Aillen foi executada com uma injeção letal na prisão estadual da Flórida.