Em 1999, um dos casos mais chocantes da história criminal de Hong Kong veio à tona, ficando conhecido como o “Assassinato da Hello Kitty”. Fan Man-yee, uma jovem recepcionista de 23 anos de uma casa noturna, foi sequestrada e submetida a uma brutalidade inimaginável por um mês, resultando em sua morte por overdose nas mãos dos sequestradores.
Os perpetradores, identificados como Chan Man-lok (34 anos), Leung Shing-cho (27 anos) e Leung Wai-lun (21 anos), sequestraram Fan devido a uma dívida de HK$ 20,000 (cerca de R$ 5 mil). A vítima foi levada para um apartamento na Estrada Grainville, número 31, em Tsim Sha Tsui, onde foi espancada e torturada diariamente.
Crime cruel
O crime chocante atingiu níveis de crueldade extrema quando Fan foi morta, esquartejada e seu crânio foi colocado dentro de uma boneca gigante da Hello Kitty. A macabra cena revelou a monstruosidade dos sequestradores, que descartaram a maioria das outras partes do corpo, recuperando apenas o crânio, um dente e alguns órgãos internos.
O apartamento que testemunhou o “assassianto da Hello Kitty” foi demolido em setembro de 2012, mas a memória do crime continuou a assombrar a cidade.
O caso permaneceu oculto até que a namorada de 14 anos de um dos sequestradores revelou, em pesadelos, os horrores que ocorreram naquele apartamento. O crime rapidamente se tornou um ponto focal da mídia, chocando a sociedade de Hong Kong.
No julgamento subsequente, os três homens foram condenados por homicídio, uma vez que as partes recuperadas do corpo não permitiram determinar exatamente como Fan morreu.
O juiz Peter Nguyen, responsável pela condenação à prisão perpétua, expressou sua indignação, afirmando que o tribunal nunca havia testemunhado tamanho grau de crueldade, depravação e violência em Hong Kong.
Os réus, membros de uma gangue secreta, foram descritos em relatórios psiquiátricos como “sem remorso”. O júri determinou que os homens não tinham a intenção direta de assassinar Fan Man-yee, mas sua morte foi resultado direto dos abusos infligidos por eles.
Condenados por homicídio e cárcere privado, enfrentarão 20 anos de pena sem revisão. O caso Hello Kitty permanece como uma cicatriz sombria na história criminal de Hong Kong.
