Caso Bruno Leal: Desaparecimento no Rio Grande do Sul segue como mistério mesmo após prisões.
No dia 10 de julho de 1999, o pequeno Bruno, de nove anos, perguntou para a mãe se podia visitar seu pai no trabalho naquele sábado em Imbé, Rio Grande do Sul. O local ficava a cerca de 10 minutos do local onde moravam e, não vendo problemas, já que o menino já tinha feito isso antes, permitiu que seu filho fosse.
Algum tempo depois, porém, quando seu marido chegou em casa, ele estava sem seu filho. Questionado, o homem então disse que Bruno nunca sequer tinha chegado a estar em seu trabalho naquele dia. Desesperados, o pai do menino decide pegar a moto e andar pela beira da praia à procura de seu filho.
Procurando, encontrou um rastro do que parecia ser um pneu de bicicleta pela areia. Além disso, também havia rastros de pneus de carro e de uma pessoa adulta. Foi então que encontrou a bicicleta de seu filho ao fim do rastro que perseguia.
A partir desse momento, o desaparecimento do menino virou um dos principais casos policiais do Rio Grande do Sul.
A investigação e o mistério
No dia 5 de julho de 1999, um suspeito foi preso pela Polícia após ter dado pistas enganosas e omitido informações que os investigadores consideravam importantes para averiguar o que aconteceu. Contudo, preso provisoriamente, não havia base jurídica para justificar sua prisão preventiva, tendo sido três dias depois.
Já em agosto do mesmo ano, com as investigações caminhando e com a cobertura massiva da imprensa local, a Polícia Civil de Imbé apreendeu um veículo que havia sido usado pelo suspeito. Peritos encontraram manchas de sangue no porta-malas e marcas de tinta na lataria do carro. Colhido o material encontrado e feito o teste de DNA, o resultado restou inconclusivo, não podendo confirmar ou negar que o material fosse do menino.
Um segundo teste de DNA foi realizado, apontando, agora, que a tinta na lataria do carro tinha as mesmas propriedades óticas da tinta do pedal da bicicleta de Bruno.
Em setembro, a Polícia conseguiu um mandado de prisão para o suspeito antes identificado e para mais cinco pessoas que, em tese, estariam envolvidas no desaparecimento do menino, concluindo a fase de inquérito policial indiciando o principal suspeito por porte ilegal de arma apenas. Com o caderno policial nas mãos do Ministério Público, porém, o órgão o denunciou também por homicídio culposo e ocultação de cadáver.
Contudo, a Justiça negou a parte da denúncia que constava o homicídio, fundamentando que para enquadrar o suspeito no crime previsto no artigo 121 do Código Penal, precisaria existir, ao menos, prova testemunhal, já que o corpo nunca foi achado.
O MP recorreu, mas, em outubro de 2000, o Tribunal de Justiça deu razão ao juiz de primeiro grau e não recebeu a denúncia por homicídio, restando o desaparecimento de Bruno um mistério até os dias de hoje.
A suspeita da família
Em entrevista à RBS TV, do Rio Grande do Sul, a mãe disse acreditar que o filho não esteja mais no Brasil.
“Na época em que o Bruno desapareceu, na casa desse suspeito foram achados dois passaportes. De duas mulheres (…), uma era da Itália e outra era da Alemanha. Essas mulheres ficaram hospedadas na casa dele por cinco dias. E bem nessa época o Bruno desapareceu, foi bem nessa semana que o Bruno desapareceu. Então, o que eu penso? Ele deve estar fora do Brasil! Deve ter sido criado por alguém, tráfico de criança… E eu procuro muito por isso, encontrar ele fora daqui. Aqui é meio impossível, se ele estivesse aqui, eu já tinha achado”, afirma a mãe.