Caso Fabiane Maria de Jesus: mulher assassinada foi vítima de fake news
No dia 3 de maio de 2014, o bairro de Morrinhos, no Guarujá, foi palco de uma tragédia que chocou o país. Fabiane Maria de Jesus, uma mulher religiosa, mãe de duas filhas, foi vítima de um linchamento brutal, resultado de uma confusão alimentada por fake news.
Fabiane, erroneamente associada a uma suposta sequestradora de crianças, foi alvo de duas horas de agressões físicas, incluindo socos, chutes, e até uma tentativa de queimá-la viva. A confusão teve origem em uma notícia falsa disseminada por uma página no Facebook, alegando que uma mulher na região estaria sequestrando crianças para rituais de magia negra.
Vítima de fake news
A falsa narrativa se espalhou rapidamente, alcançando uma multidão que participou do linchamento de Fabiane. O retrato falado da suposta criminosa, baseado em um crime ocorrido em 2012 no Rio de Janeiro, foi erroneamente associado a vítima, que não se assemelhava à descrição.
Após a brutal agressão, Fabiane foi levada ao Hospital Santo Amaro com traumatismo craniano, mas não resistiu e faleceu dois dias depois. Posteriormente, a polícia confirmou que não havia denúncias de sequestros de crianças na região, desmentindo completamente a fake news que levou ao linchamento.
Cinco homens foram presos por participarem do linchamento e condenados a penas que variam de reclusão a 30 anos. Além disso, foram obrigados a pagar uma indenização simbólica de R$ 550 mil à família de Fabiane. No entanto, os responsáveis por disseminar a notícia falsa nas redes sociais não enfrentaram consequências legais.
O caso de Fabiane Maria de Jesus destaca a perigosa repercussão das fake news, que, mesmo em 2014, já causavam consequências trágicas. A história trágica alerta para a importância de verificar fontes e combater a propagação irresponsável de informações falsas.