Ao longo de quase três décadas, os filhos de David e Louise Turpin foram vítimas de um pesadelo que chocou até mesmo as autoridades federais americanas. O casal, que se conheceu em 1985 quando David tinha 17 anos e Louise apenas dez, casou-se três anos depois, marcando o início de uma trágica história.
Com dez filhas e três filhos, nascidos entre 1988 e 2015, os Turpin criaram uma “jaula de crianças”, mantendo-os em cativeiro em porões de três residências ao longo dos anos. Inicialmente em Fort Worth até 1999, depois em Rio Vista até 2010, ambos no Texas, e finalmente em Perris, na Califórnia.
Família feliz
Nos anos 2010, para manter uma fachada de normalidade, o casal começou a realizar saídas públicas com os filhos, aproveitando o advento das redes sociais para retratar uma falsa imagem de família feliz. Contudo, duas das filhas, de 13 e 17 anos, planejaram uma fuga que, em janeiro de 2018, levou a uma denúncia à polícia através do serviço de emergência 911.
Ao adentrar a residência em Perris, os policiais do departamento do xerife do condado de Riverside se depararam com uma situação ainda mais chocante do que imaginavam. Dos 13 filhos, sete já eram adultos, alguns acorrentados, subnutridos e sujeitos a condições desumanas. A educação precária ministrada por Louise e David resultou em filhos incapazes de compreenderem conceitos básicos.
O casal foi acusado de tortura, cárcere privado, abuso de um adulto dependente e abuso infantil, totalizando 12, 12, 7 e 6 acusações, respectivamente. David enfrenta acusações adicionais de perjúrio e ato sexual obsceno com uma menor. Em fevereiro de 2019, ambos foram condenados à prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional após 25 anos.
Após a libertação, os filhos enfrentaram desafios médicos e emocionais. Os menores foram encaminhados para lares adotivos, enquanto os adultos buscam se reintegrar à sociedade com apoio estatal.
