Condenação por assédio: Luciano Hang (dono da Havan) deve pagar R$ 85 milhões
Luciano Hang, o dono da famosa rede de lojas Havan, foi oficialmente condenado pela Justiça do Trabalho de Santa Catarina pelo crime de assédio eleitoral. O caso se refere à campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na época candidato, em 2018.
Agora, Luciano Hang foi condenado a pagar uma indenização que pode chegar ao valor de R$ 85 milhões por danos morais coletivos e individuais. A decisão foi assinada pelo juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, após um pedido do Ministério do Público do Trabalho, em uma ação civil pública proposta ainda em 2018.
Vale lembrar que Luciano Hang é assumidamente bolsonarista, e já negou as acusações de assédio eleitoral. Ele afirma que a decisão da Justiça é “descabida e ideológica”, e frisou que irá recorrer da setença.
Entenda acusação de assédio do Dono da Havan
Luciano Hang teria promovido reuniões com os funcionários das suas lojas para questionar os votos dos seus empregados. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, ele chegou a perguntar se os trabalhadores estariam dispostos a sair da Havan mediante o resultado das eleições presidenciais do respectivo ano, dando a entender uma demissão de cerca de 15 mil pessoas.
O Dono da Havan ainda teria realizado uma pesquisa de intenção de voto entre seus empregados, onde descobriu que 30% iria votar em branco ou nulo. Ao todo, foram mais de 30 denúncias sobre a situação ao MPT, onde foi formado um grupo especial para analisar o caso na época.
O juiz, por sua vez, determinou que houve assédio moral e abuso de poder por parte do empresário. Ele argumenta que os funcionários não deveriam ser instigados ou coagidos a revelar suas opiniões “filosóficas ou político-partidárias”, independente do pretexto utilizado. Hang rebate, argumentando que agiu garantindo a liberdade dos colaboradores, reforçando que várias ideologias políticas dentro da empresa.