Conspiração bolsonarista foi inspirada em outros golpes militares no mundo
Testemunhos e depoimentos de figuras-chave, incluindo o general Marco Antônio Freire Gomes, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, juntamente com a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, expõem uma tentativa de golpe de estado nos últimos meses de 2022, após a eleição de Lula.
O plano de Bolsonaro incluía decretar estado de sítio e usar forças armadas para permanecer no poder. A descoberta da “minuta do golpe” na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, somada a provas materiais, corrobora as alegações.
Negação de tentativa de golpe
Desde os eventos de janeiro de 2023 em Brasília, aliados de Bolsonaro buscam negar a natureza golpista das ações, enquanto novas narrativas tentam legitimar os encontros de Bolsonaro com comandantes militares como discussões constitucionais legítimas.
A estratégia de tentar anular o resultado eleitoral “dentro das quatro linhas da Constituição” foi clara, mas a possibilidade de uma ruptura mais direta foi mencionada por alguns envolvidos.
Análises comparativas com golpes militares internacionais revelam padrões similares de busca por legitimidade pós-golpe, destacando a tentativa de enquadrar a ação como democrática e constitucional.
Minuta do golpe
A “minuta do golpe” enfatiza repetidamente a necessidade de legitimidade e moralidade, acusando a Justiça de corrupção para justificar a ruptura institucional.
Os acontecimentos de 2022 no Brasil refletem tendências globais no golpismo, desde a negação do termo “golpe” até a ênfase na aparência democrática e constitucional dos atos.
As artimanhas argumentativas para legitimar o golpe seguem um padrão conhecido, reforçando a falta de originalidade dos conspiradores.