Cruzeiro sertanejo é alvo de investigação sobre exploração sexual
O “Navio Cabaré”, um cruzeiro que reuniu grandes nomes do sertanejo entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, tornou-se palco de uma operação da Polícia Federal que resultou no resgate de quatro jovens entre 21 e 25 anos. As vítimas alegaram terem sido submetidas a sequestro, cárcere privado e abuso sexual durante o evento que ocorreu entre os dias 12 e 15 de novembro, no navio MSC Preziosa, fretado pela empresa Promoação, organizadora do cruzeiro.
O line-up do “Navio Cabaré” contava com a presença de renomados artistas do cenário sertanejo, como o cantor Leonardo, a dupla Bruno e Marrone, e Diego & Victor Hugo, entre outros. No entanto, a festa foi manchada pela denúncia das quatro jovens, naturais dos estados de Santa Catarina e São Paulo, que foram contratadas por uma agência para atuar como modelos durante o evento.
Relato das vítimas que estavam no cruzeiro
Segundo a Polícia Federal, as jovens relataram terem sido vítimas de uma série de abusos, incluindo o fornecimento de bebidas suspeitas contendo substâncias desconhecidas pelos funcionários do navio. Elas foram impedidas de se comunicar externamente e só podiam se locomover sob constante vigilância. O resgate ocorreu na última segunda-feira, após uma das vítimas conseguir contato com a família por telefone.
A Promoação, responsável pela organização do evento e pelo fretamento do navio, classificou as denúncias como “infundadas” em nota oficial. A empresa afirmou ter apresentado sua versão às autoridades locais, alegando que os fatos narrados não se sustentam, e que a prisão de qualquer envolvido foi afastada pela autoridade policial local.
No entanto, a Polícia Federal reitera que a investigação continua e que existem elementos indicando indícios de crime. Mesmo sem a lavratura do auto de prisão em flagrante, a PF ressalta que isso não exclui a responsabilidade futura de eventuais envolvidos.
Nota da organizadora do evento
“A produtora responsável pelo evento vem ao público informar que a denúncia que trata a matéria jornalística é infundada e desprovida de qualquer prova. Nesse passo, a produtora refuta com veemência todas as acusações perpetradas, já esclarecidas perante a Autoridade Policial local, a qual, nessa premissa, entendeu que os fatos narrados não se sustentam, afastando inclusive a prisão de qualquer envolvido.
Cumpre à produtora reafirmar seu respeito e compromisso com seu público, passageiros e todos que participam e colaboram para o êxito e crescimento de tão relevante projeto. Todas as medidas cabíveis para trazer a verdade ao público serão tomadas e a produtora não medirá esforços para tanto.
Ressaltamos que diferente do que foi noticiado, não houve flagrante ou prisão de pessoas, apenas solicitaram depoimentos para esclarecimentos e que, os artistas embarcados nada tem a ver com o acontecido”.