De Kennedy à Fernando Villavicencio: Conheça 10 políticos que foram mortos.
Recentemente, a curiosidade das pessoas em relação às mortes políticas reacendeu com a morte de Fernando Villavicencio, assassinado no último dia 09 com três tiros em Quito, capital do Equador, seu país, após deixar um compromisso eleitoral.
Nascido em 11 de outubro de 1963, Fernando teve uma intensa trajetória como jornalista, atuando na área política paralelamente desde que se formou em 1995, momento em que foi um dos fundadores do Partido Pachakutik.
No ano seguinte, começou a trabalhar na Petroecuador, a companhia petrolífera estatal do país. Lá, atuou com jornalismo investigativo e logo assumiu posições sindicais, se colocando em uma posição em que era visto como um líder dos trabalhadores até 1999, quando foi demitido por uma ordem do então presidente Jamil Mahuad.
Seguindo trabalhando como jornalista e denunciando esquemas de corrupção na empresa em que trabalhava, em 2017 concorreu e foi eleito para uma vaga na Assembleia Nacional, onde ocupou o cargo até maio deste ano, quando o presidente Guilherme Lasso determinou a dissolução do parlamento equatoriano.
Após a perda do mandato, Villavicencio anunciou que se candidataria à Presidência do Equador nas eleições marcadas para 20 de agosto, pelo Movimento Construir. Contudo, foi assassinado na frente de centenas de pessoas.
Hoje, conheceremos mais nove líderes políticos que também foram assassinados.
Shinzo Abe
O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, com 67 anos, morreu em julho de 2022 após ser baleado enquanto fazia um discurso em um ato de campanha eleitoral na cidade de Nara, no oeste do Japão. A morte chocou o país e o mundo, visto que, por lá, mortes por armas de fogo são muito raras.
O suspeito de ser o autor dos disparos, um japonês de 41 anos desempregado, foi preso quase que imediatamente, e, com ele, foi apreendida uma espingarda de fabricação caseira. A polícia também encontrou materiais que se assemelham a explosivos na casa do homem.
Jovenel Moise
A morte de Shinzo Abe aconteceu um dia após o aniversário de um ano do assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, que foi abatido em 7 de julho de 2021 em sua casa por um comando armado.
Em março de 2023, Rodolphe Jaar, um cidadão haitiano-chileno, se declarou culpado de três acusações. Ele havia sido preso na República Dominicana e extraditado para os Estados Unidos em janeiro de 2022. Jaar foi condenado à prisão perpétua em junho desse ano.
O episódio, na época, agravou ainda mais a crise de um dos países mais pobres do continente americano.
John F. Kennedy
Sem dúvida, a morte de JFK é uma das mortes políticas mais famosas da história. À época, presidente dos EUA, John foi alvejado por disparos enquanto fazia uma aparição pública em 22 de novembro de 1963.
Segundo as investigações, um homem chamado Lee Oswald foi quem efetuou o disparo a partir do sexto andar de um depósito de livros, enquanto o então presidente desfilava num carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas. Dias depois, Oswald foi assassinado diante de policiais por Jack Ruby, um dono de boate no Texas.
Lee Oswald nunca admitiu ter sido ele o assassino de Kennedy.
Muammar Kadafi
O ditador da Líbia Muammar Kadafi, conhecido por sua violência, tirania e nepotismo, foi executado em uma revolta apoiada pela Otan em 2011, quando se refugiava num esconderijo em Sirte, no norte da Líbia, em meio à guerra no país.
As circunstâncias da morte não foram esclarecidas até hoje. Mais de dez anos após o seu assassinato, a Líbia ainda sofre para realizar uma transição à democracia onde, desde então, teve diversos governos e não conseguiu organizar eleições presidenciais.
João Bernardo Vieira
O então presidente da Guiné-Bissau foi assassinado em 2009 por homens armados que invadiram sua residência oficial.
O ataque, em tese, foi uma resposta ao atentado a bomba que custou a vida do chefe do Estado-Maior, Batista Tagme Na Waie, um de seus conhecidos rivais. Entretanto, por mais que se saibam as circunstâncias da morte do líder político, ninguém foi punido pelo crime.
Laurent-Désiré Kabila
O ex-presidente da República Democrática do Congo foi assassinado em 2001 por um dos membros de sua própria segurança.
As condições de sua morte, que aconteceram no dia do aniversário de 40 anos do assassinato de outro líder do país, Patrice Lumumba, são misteriosas – até mesmo se a data escolhida para o atentado possui algum simbolismo com a morte de Patrice.
Sem encontrar quem foram exatamente os mandantes do crime, a Justiça condenou mais de 100 pessoas. Posteriormente, entretanto, muitas delas foram reconhecidas como inocentes, passando anos na prisão por um crime que não cometeram.
O coronel Eddy Kapend, um dos primos do presidente morto, foi preso e condenado à morte. Porém, a pena nunca foi executada e, em 2021, ele foi anistiado pelo atual presidente, Félix Tshisekedi.
Abraham Lincoln
No dia 14 de abril de 1865, o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, assistia a uma peça de teatro em Washington quando sua cabine foi invadida por um homem que atirou em sua cabeça. Lincoln faleceu no dia seguinte, 15 de abril, em razão dos ferimentos causados pela bala.
O assassino foi John Wilkes Booth, um ator que já havia atuado como espião. Em 1864, ele já tinha elaborado um plano para sequestrar Abraham, mas o plano foi abandonado. Um ano depois, conspirou para matar Lincoln e obteve sucesso.
Wilkes foi encontrado dias depois em uma fazenda na Virgínia. Ele resistiu à prisão e, por isso, acabou sendo baleado, morrendo no local. Oito pessoas foram presas acusadas de envolvimento com a morte do então presidente: quatro foram enforcadas; três, condenadas à prisão perpétua, e uma, a seis anos de prisão.
Birendra Bir Bikram Shah De
Birendra, rei do Nepal, foi morto em 2001 pelo próprio filho.
O assassinato aconteceu durante um jantar no palácio real quando o soberano pediu que o príncipe Dipendra, embriagado, deixasse a festa após ter brigado com um dos convidados. O jovem então retornou uma hora depois com duas armas, onde atirou em toda a família e em si próprio, com uma bala na cabeça.
O rei morreu imediatamente, e o príncipe, que ficou em coma durante três dias, chegou a ser proclamado rei por ser o primeiro na linha de sucessão. No entanto, Dipendra não resistiu aos ferimentos e seu tio, Gyanendra, ficou com o trono, que ocupou até 2008, quando a monarquia foi abolida no Nepal.
Zoran Đinđić
O ex-primeiro-ministro da Sérvia foi assassinado em 2003 com um tiro no peito.
O político morto, que já havia sido vítima de outras tentativas de assassinato, tinha vários inimigos em razão de sua postura pró-Ocidente, suas reformas políticas e o combate ao crime organizado.
O assassinato foi orquestrado por Milorad Ulemec, ex-chefe do serviço secreto de Slobodan Milošević, ex-presidente sérvio, opositor de Zoran.