Defesa Pessoal: Como Mulheres Podem se Proteger
A violência contra a mulher no país é um tema que precisa estar sempre em voga. Segundo dados de 2021, o Brasil ocupa o quinto lugar em um ranking de 83 países que mais matam mulheres por ano.
Durante a pandemia, a situação das mulheres que já sofriam violência doméstica piorou drasticamente, pois passaram a ter seus agressores constantemente dentro de casa. Além disso, muitas que antes não eram agredidas, com o convívio diário e contínuo com o parceiro no contexto do lar, passaram a ser.
Segundo dados do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – hoje Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – em comparação com abril de 2019, houve um aumento de 40% nas denúncias de violência contra a mulher.
Já um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a empresa Decode revelou um aumento de 431% em relatos de brigas de casal por vizinhos em redes sociais entre fevereiro e abril de 2020.
Com essa realidade escancarada, além de sermos um país que estupra uma mulher a cada 11 minutos, é cada vez mais importante que haja iniciativas em prol da promoção da defesa pessoal voltada para o público feminino.
Como aprender a se defender
A professora de artes marciais Giordana Souza, que foi campeã mundial de karatê tradicional e quinze vezes campeã brasileira, comentou ao portal Terra o aumento de mulheres em aulas de luta.
“Elas estão buscando sua independência e [para saber] se defender e não viverem sempre com medo. Além de aprenderem importantes técnicas e habilidades para se desvencilhar e neutralizar possíveis importunações, ataques ou agressões, a luta também traz benefícios físicos para o corpo e mente, gerando bem-estar e sensação de segurança para que exerçam suas atividades com mais tranquilidade”.
Segundo afirma a professora, todas as artes marciais são consideradas formas de defesa pessoal, mas é importante que a praticante se identifique com a modalidade que treina. “Antes do início da prática é necessário descobrir com qual luta tem mais afinidade e facilidade para o aprendizado, já que cada uma apresenta suas características e preferências”. As quatro mais procuradas pelas mulheres são o boxe, o muay thai, o krav magá e o karatê.
No entanto, a professora reitera que a luta corporal deve ser utilizada na autodefesa somente em casos de extrema necessidade, onde há risco de se perder a vida, reforçando que muitas vezes as técnicas aprendidas nas aulas já são suficientes, se utilizadas com sabedoria, para permitir uma fuga do perigo.