Detetive incomum: como Amy Loughren ajudou a desvendar um serial killer
O filme da plataforma de streaming Netflix e sucesso de crítica “O Enfermeiro da Noite” é baseado no livro de mesmo nome do jornalista Charles Graeber. A narrativa do filme se concentra na história real do assassino enfermeiro Charles Cullen, mas, diferente de outras produções, a produção de Tobias Lindhol coloca o criminoso como personagem secundário, visto que, aqui, temos a enfermeira Amy Loughren (Jessica Chastain) no centro e como ela ajudou a acabar com as ações hediondas do colega de profissão.
Cullen matou dezenas de pacientes sob seus cuidados ao longo de mais de uma década trabalhando em vários hospitais dos Estados Unidos. Amy – na história e, à época, na vida real – é uma mãe solteira que sofre de um problema cardíaco enquanto trabalha em uma profissão física e mentalmente exigente.
A personagem de Jessica Chastain formou um vínculo estreito com Cullen enquanto trabalhavam no turno da noite juntos no Somerset Medical Center, em Nova Jersey, no início dos anos 2000. Ele a ajudou a cuidar das filhas e a substituiu quando ela sofreu uma grave falta de ar devido a seu problema cardíaco. Ambos se tornaram melhores amigos.
Porém, depois que várias mortes suspeitas no hospital levaram a uma investigação policial, os investigadores pediram para que Loughren os ajudasse. Ela, então, lhes forneceu diversas provas e acabou desempenhando um papel crucial na extração da confissão de Charles. No entanto, aceitar que um amigo próximo poderia ter cometido crimes tão terríveis teve seu preço.
Loughren, que agora está bem de saúde, diz que sentiu muita culpa.
“Lutei com a culpa de sentir falta dele [Cullen]. Lutei com a culpa de não ver que esse amigo também tinha um lado sombrio e monstruoso”, diz ela. “E eu não queria ver. Eu queria acreditar que ele matava por misericórdia para que eu ainda pudesse me importar com ele. Mas ele não era um assassino que matava por pena. Ele era um assassino a sangue frio. E eu realmente me culpei por não ter visto isso”
Hoje, ela tem se sentido melhor.
“As pessoas são complicadas. Todos nós amamos alguém sombrio, alguém que tem a capacidade de fazer coisas monstruosas… Isso não significa que não os responsabilizamos ou estabelecemos limites para nós mesmos, mas podemos nos perdoar por amar pessoas sombrias.”
Como Amy está hoje?
Atualmente, Amy leva uma vida feliz, saudável e estável em Deland, Flórida, ao lado de suas duas filhas e de suas próprias famílias.
Ela realizou uma cirurgia cardíaca de que precisava em meados dos anos 2000 e desde então tem expandido suas áreas de atuação, saindo do emprego de enfermeira em 2003 e se tornando curadora espiritual.