É verdade que Hitler fugiu para o Brasil após invasão da Alemanha?
O livro “Hitler no Brasil – Sua Vida e Sua Morte” conta um versão controversa sobre o destino do ditador Adolf Hitler, responsável pela execução de milhões de judeus durante o século passado.
Segundo a autora, Simoni Renée Guerreiro Dias, Hitler pode ter escapado da invasão soviética em 1945 e forjado seu próprio suicídio para fugir para o Brasil, onde teria vivido e morrido em uma cidade, a 42 km de Cuiabá.
A pesquisa de Simoni relaciona os rumores de passagem de nazistas pela América do Sul após a Segunda Guerra Mundial com a história de que o Vaticano teria oferecido a Hitler o direito de posse e o mapa para localização de um tesouro jesuíta escondido em uma caverna em Nobres, cidade próxima a Cuiabá.
Na obra, a autora sugere que Hitler teria viajado para a Argentina, Paraguai, Rio Grande do Sul e finalmente se estabelecido em Mato Grosso, onde teria buscado sem sucesso o tesouro prometido pelo Vaticano.
Simoni relata a existência de um idoso estrangeiro na década de 80 em Nossa Senhora do Livramento, conhecido como “Alemão Velho”, que seria Adolf Leipzig, o próprio Hitler disfarçado.
Com a investigação, ela alega ter obtido uma fotografia de 1982 desse homem, que apresentava supostas semelhanças fisionômicas com Hitler. A pesquisadora também menciona um registro de internação em um hospital de Cuiabá em 1979, que ela acredita ser de Hitler.
Evidências e críticas a obra
No entanto, o trabalho de Simoni tem sido criticado por falta de rigor científico e ausência de evidências que comprovem suas afirmações. Cândido Moreira Rodrigues, professor de História Política da Universidade Federal de Mato Grosso, ressalta que a historiografia já possui evidências de que Hitler e sua companheira Eva Braun cometeram suicídio no bunker em Berlim durante os ataques soviéticos.
Contudo, a incineração do corpo de Hitler pelos nazistas antes da captura pelos soviéticos é uma das poucas lacunas ainda existentes nessa história, segundo Rodrigues.
Simoni planeja realizar exames genéticos em restos mortais atribuídos a Hitler, como cabelo e fragmentos de ossos, com base em material colhido de um suposto descendente do ditador. No entanto, muitos especialistas e historiadores duvidam das conclusões apresentadas no livro e consideram a teoria de que Hitler tenha vivido e morrido no Brasil como improvável.