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Elias Maluco: Comando Vermelho, Assassinato de Tim Lopes e Morte na prisão

Tim Lopes, importante jornalista investigativo, mas com seu rosto desconhecido, decidiu que precisava voltar à Vila Cruzeiro, parte do complexo do Morro do Alemão, no dia 02 de junho de 2002.

Ele já havia ido lá outras vezes e conseguido filmar traficantes vendendo drogas ao ar livre como se fossem comerciantes comuns vendendo balas ou salgadinhos no semáforo. Mais ainda, em suas filmagens era possível ver o rosto de traficantes que tranquilamente andavam pela comunidade portando armas e fuzis com suas bandoleiras, se sentindo forças policiais habilitadas para fazer rondas no local.

Suas gravações apareceriam em uma série de reportagens no Fantástico, da Rede Globo, como denúncia ao poder paralelo no complexo do Alemão.

A morte de Tim

A Vila Cruzeiro era comandada por Elias Maluco, um dos criminosos mais influentes do Comando Vermelho, que com a divulgação da reportagem em rede nacional revelando seu poder paralelo, estava furioso e à caça de quem poderia ter feito isso.

Naquela noite fatídica, Tim Lopes queria mais filmagens. Ambicioso, queria aproveitar a oportunidade do baile funk para mostrar bandidos se exibindo com seu armamento e o tráfico explícito de drogas. Como seu rosto não era conhecido, em sua cabeça não seria difícil estar ali naquele contexto, por mais que não aparentasse ter a idade de quem frequentava tal ambiente.

Sem carteira nem celular, em dado momento, quando estava em um bar tomando uma cerveja antes de voltar para o baile funk onde já havia filmado algumas coisas, foi abordado por dois traficantes que alegavam ter visto uma luz sair da pochete do jornalista.

Ao ser abordado, Tim disse ser funcionário da Globo, mas não conseguiu provar isto porque estava sem sua credencial – guardada em sua carteira. Quando averiguaram que o jornalista carregava consigo uma câmera e perceberam que a suspeita era real, os traficantes começaram a agredir Lopes ali mesmo, ocasião que ligaram para Elias Maluco contando do ocorrido.

Este, por sua vez, mandou que o homem de cabelos grisalhos fosse levado para o morro da Grota e, antes de ser colocado no porta-malas de um carro, Tim tomou um tiro em seu pé para que não tentasse fugir.

Ao chegarem no alto do morro, encontraram com Elias e, ali, realizaram um julgamento por ideia de Ratinho, um traficante que tinha certeza que aquele homem era o repórter que havia os delatado no ano anterior nas reportagens veiculadas nacionalmente.

Por unanimidade, Tim, que estava amarrado a uma árvore, foi condenado à morte, oportunidade que um ritual iniciou-se, onde, com uma espada ninja, Elias esquartejou partes do corpo de Tim com ele ainda vivo.

Após este não resistir à perda de sangue por conta dos esquartejamentos, o grupo de nove traficantes ali presentes o queimou no forno microondas – uma espécie de fogueira feita com pneus em torno do corpo da vítima – e, após isso, o enterrou no cemitério clandestino ali próximo.

Prisão

A mídia como um todo, como forma de homenagem à Tim, cobriu em massa a busca por Elias Maluco. Foram mais de 100h de conteúdo jornalístico divulgado nas televisões enquanto a polícia o procurava incessantemente por mais de três meses. Após descobrirem onde estava escondido, foram 50 horas de cerco policial até que decidissem capturá-lo. Elias foi preso sem oferecer resistência.

Elias foi encontrado morto em 22 de setembro de 2020 em sua cela um lençol enrolado em seu pescoço. No atestado de óbito, consta que a causa da morte foi “asfixia mecânica, enforcamento, compressão intrínseca no pescoço”.

O traficante já estava preso há 18 anos.

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Ouça um podcast completo sobre a história de Tim e Elias Maluco:

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