Fala racista no filme de “Mary Poppins”? Polêmica envolve a utilização de termo pela protagonista
O clássico musical infantil “Mary Poppins” está no centro de uma polêmica após a alteração de sua classificação indicativa no Reino Unido. O filme de 1964, que retornará aos cinemas em comemoração aos seus 60 anos, teve sua classificação modificada de U (Universal) para PG (Orientação Parental) devido a uma fala considerada racista.
A British Board of Film Classification (BBFC), responsável pela regulação de filmes no Reino Unido, justificou a mudança de classificação, apontando dois usos do termo discriminatório “hotentotes” no filme. Embora contextualizado historicamente, o uso dessa linguagem ultrapassou as diretrizes de linguagem aceitável para uma classificação U.
A controvérsia surge em uma cena onde o excêntrico Almirante Boom faz referência aos “hotentotes” ao perguntar se um dos filhos da família Banks está partindo em uma aventura. A expressão era utilizada pelos colonos europeus para se referirem aos povos Khoikhoi da África do Sul e Namíbia, segundo a referência de Oxford.
Apesar do sucesso comercial e crítico do filme, que arrecadou mais de US$ 103 milhões e recebeu cinco Oscars, “Mary Poppins” também enfrentou críticas por conter blackface. A fala racista agora destacada pelo BBFC reacende o debate sobre representações problemáticas em filmes clássicos.
A BBFC afirma que, embora crianças de qualquer idade possam assistir ao filme sem a presença de um adulto, os pais devem considerar se o conteúdo pode incomodar crianças mais novas ou sensíveis. Este caso se junta a outros esforços recentes da indústria cinematográfica para lidar com conteúdo racista ou ofensivo em filmes clássicos.
À medida que a sociedade busca uma abordagem mais sensível e inclusiva para obras do passado, a polêmica em torno de “Mary Poppins” destaca a importância de examinar criticamente representações históricas nos meios de entretenimento.