Homem inocentado após 48 anos na prisão por assassinato que não cometeu
Um juiz do estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, inocentou Glynn Simmons, de 70 anos, que passou incríveis 48 anos atrás das grades por um assassinato que não cometeu.
Sua libertação em julho deste ano ocorreu após um tribunal distrital concluir que provas cruciais de seu caso não foram compartilhadas com seus advogados de defesa.
Caso chocante
No dia 18 de dezembro, um promotor distrital afirmou que não havia evidências suficientes para justificar um novo julgamento. Em uma ordem expedida no dia 19 de dezembro, a juíza Amy Palumbo declarou a inocência de Simmons, tornando essa a sentença injusta mais longa registrada nos Estados Unidos.
“Este tribunal conclui, por meio de evidências claras e convincentes, que o crime pelo qual Simmons foi condenado, sentenciado e preso não foi cometido por ele“, afirmou Palumbo em sua decisão.
Simmons foi condenado pelo assassinato de Carolyn Sue Rogers durante um assalto a uma loja de bebidas em 1974, quando tinha 22 anos. Inicialmente, ele e um corréu, Don Roberts, foram condenados à morte em 1975, mas as sentenças foram posteriormente reduzidas para prisão perpétua.
A liberdade de Simmons foi conquistada devido à não divulgação de todas as provas pelos promotores, incluindo o fato de uma testemunha ter identificado outros suspeitos. Simmons, desde o início, afirmou sua inocência, declarando que estava em seu estado natal, Louisiana, no momento do crime.
O tribunal distrital que anulou a sentença em julho descobriu que os promotores não compartilharam adequadamente todas as provas com a defesa, inclusive o testemunho de uma pessoa que identificou outros suspeitos.
Simmons, ao sorrir durante a declaração de sua inocência, afirmou aos repórteres que esperava por esse momento por “muito, muito tempo”. Vestido com um suéter cinza, ele declarou que o que foi feito não pode ser desfeito, mas a responsabilização é possível.
Diagnosticado com câncer de fígado, Simmons criou uma campanha online para ajudar a custear parte de seu tratamento, recebendo milhares de dólares em apoio. Pessoas condenadas injustamente em Oklahoma têm direito a até US$ 175 mil (R$ 856 mil) de indenização. Roberts, o corréu de Simmons, obteve liberdade condicional em 2008.