Investigação de quadrilha de agiotas com ligação a investigador da Polícia Civil
O Ministério Público desencadeou a Operação “Castelo de Areia” em Franca (SP) para iniciar uma investigação sobre uma quadrilha de agiotas que, segundo as autoridades, movimentou cerca de R$ 36 milhões em três anos.
A organização criminosa, composta por membros de uma mesma família e um ex-investigador da Polícia Civil, agia na cidade impondo juros abusivos e recorrendo a ameaças e violência para pressionar as vítimas a quitar suas dívidas.
Família de investigador da PC
O promotor Rafael Piola, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), revelou que a quadrilha tinha uma atuação consolidada, mantendo controle efetivo sobre os clientes e uma tabela de juros bem estabelecida. O ex-investigador da Polícia Civil, identificado como Rogério Camillo Requel, foi exonerado em setembro e é considerado foragido até o momento.
“Estavam cooptando agentes públicos, como um policial civil que enquanto estava na ativa efetivamente trabalhou pra eles, já tinha uma parte na sociedade“, disse o promotor da investigação.
Piola destacou que Requel, mesmo após deixar o cargo policial, permaneceu na quadrilha, atuando não apenas na concessão de empréstimos, mas também nas cobranças, valendo-se de sua antiga posição para ameaçar as vítimas. “Nós temos prova de que as vítimas questionaram o fato de ele usar a farda de policial, e ele confirmava que era policial, inclusive isso amedrontava ainda mais as pessoas que tinham dívidas com os agiotas”, afirmou o promotor.
As investigações sugerem que a quadrilha chegou a utilizar uma bomba em uma residência para forçar o pagamento de uma dívida. Até o momento, a operação resultou no cumprimento de 20 mandados na região. O Ministério Público continua a apurar as atividades do grupo criminoso, visando responsabilizar todos os envolvidos nos crimes de agiotagem, ameaças e violência.