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Jogo de narrativas: a complexidade das histórias nos filmes de Suzane von Richthofen

“A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais” são dois filmes lançados de maneira simultânea na plataforma de streaming Amazon Prime Video e contam, ambos, a história de Suzane von Richthofen e como ela participou da morte dos próprios pais em 2002 ao lado do namorado e do cunhado.

A ideia por trás do diretor Mauricio Eça e dos roteiristas Ilana Casoy e Raphael Montes foi a de contar duas versões do mesmo crime que chocou o país.

“O Menino Que Matou Meus Pais” conta a versão de Suzane, estrelada por Carla Diaz, que sempre afirmou ter sido manipulada pelo companheiro, Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt), para matar seus pais e viverem juntos um amor proibido e ficarem com o dinheiro da herança. Neste filme, Suzane é apenas uma garota ingênua e pura; uma vítima que sucumbiu ao plano maligno dos Cravinhos.

Já em “A Menina Que Matou Os Pais”, nos é apresentada a versão de Daniel Cravinhos, onde Suzane se mostra uma garota mimada que odeia a família e que o manipulou, junto com seu irmão Christian, para ajudá-la a se livrar da mãe repressora e do pai agressivo e assediador.

A complexidade dos filmes

Para que se possa compreender a complexidade do enredo que envolve o crime, é importante assistir aos dois filmes. Esta história possui muitos lados e, ao apresentar os dois principais – os de Suzane e Daniel – torna-se necessário consumir os dois conteúdos para ter uma visão mais imparcial do que ocorreu.

Se assistir apenas à visão de Suzane, a chance de sair achando que Daniel é o maior psicopata do Brasil e Suzane é a maior injustiçada do nosso sistema é grande. Do mesmo modo, se deixar para ver apenas o ponto de vista dos Cravinhos, com certeza sairá acreditando que Daniel, no fundo e com a inocência do amor, foi manipulado por uma mulher sem o menor escrúpulo, capaz de matar os próprios pais por dinheiro e vingança. Cada filme é muito convincente se visto de maneira isolada.

A ideia dos filmes nunca foi apresentar uma versão definitiva para o ocorrido. Provavelmente, a verdade está em algum lugar entre essas duas narrativas e é isso que fez com que houvesse duas montagens para a mesma história.

“A Menina que Matou Os Pais” amarga uma nota de 5.4 de 10 no site do IMDB, enquanto que “O Menino Que Matou Meus Pais” é um pouco mais bem avaliado, estando com nota 6.1 de 10 no mesmo site. Ainda assim, para quem tem curiosidade de tentar entender um pouco mais das versões dos assassinos, vale o tempo investido nas películas.

O terceiro filme

Na sexta-feira (27 de outubro de 2023), o Amazon Prime Video lançou o terceiro filme – e último – sobre o caso de Suzane Von Richtoffen: “A Menina que Matou os Pais – A Confissão”

Neste filme que encerra a trilogia, acompanhamos os dias após o crime e a revelação de que Suzane von Richthofen foi a responsável por planejar o assassinato dos pais.


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