Localização de smartphones é utilizada para comprovar encontro entre Bolsonaro e Forças Armadas
A Polícia Federal usou a localização de celulares e registros de entradas dos palácios do Planalto e Alvorada para comprovar a reunião onde foi apresentada a chamada “minuta do golpe” para os comandantes das Forças Armadas. Investigações do órgão apontam que, no dia 7 de dezembro de 2022, houve uma reunião no Planalto.
No encontro, estavam presentes Filipe Martins, o assessor especial de Jair Bolsonaro, o jurista Amauri Saad, o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Amir Garnier e o tenente-coronel Mauro Cid. Foi possível provar que todos estavam juntos por conta dos históricos de ERBs dos telefones, como detalha o relatório da PF enviao ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação é sobre uma minuta de decreto, que previa a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF, além de uma convocação de novas eleições após Jair Bolsonaro (PL) perder a disputa presidencial em 2022.
Mauro Cid revelou a minuta
O tenente-coronel Mauro Cid foi o responsável por revelar a existência da minuta à PF. A declaração foi feita em delação premiada, homologada pelo STF.
Agora, a Polícia Federal pode afirmar que Bolsonaro sabia da existência da minuta, além de ter solicitado ajustes no teor dela. O documento também foi apresentado a militares, que são investigados por tentativa de golpe de Estado para tentar manter o político ilegalmente no poder. Os próximos passos da PF envolvem ouvir Freire Gomes, afim de confirmar a cronologia da minuta a favor do golpe.
Ainda foi possível montar uma cronologia, apresentada pelo g1.
- 19 de novembro de 2022 – Bolsonaro é apresentado à minuta no Palácio da Alvorada;
- 7 de dezembro de 2022 – a minuta é apresentada novamente a Bolsonaro, mas dessa vez com os militares;
- 9 de dezembro de 2022 – Bolsonaro enxuga os pontos do decreto e apresenta a general que ofereceu tropas.