A lei brasileira garante que o máximo de tempo que uma pessoa deve passar cumprindo uma pena aplicada pela justiça é de 30 anos. Apesar da legislação, em 2011 o médico Roger Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão, o que se tornou a maior sentença já aplicada na história penal do Brasil.
Apesar de denuncias surgiram por meados de 2006, Abdelmassih foi acusado, em 2008, por várias pacientes de abuso sexual durante consultas e procedimentos médicos. As denúncias trouxeram à tona esse que seria um grande escândalo envolvendo o médico e que abalou a confiança da população na área da medicina reprodutiva.
Ele chegou a ser preso no ano de 2009, mas acabou solto por decisão do então presidente do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que deferiu uma liminar de habeas corpus para o acusado. O médico, também em 2009 teve o seu registro profissional cassado e 51 processos éticos foram abertos contra ele pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Sempre negando todas as acusações, Roger chegou a dizer que um remédio usado para anestesia causava alucinações nas mulheres, por isso elas diziam que ele as molestava. Mas segundo as vítimas elas eram surpreendidas, principalmente quando ficavam sozinhas na sala com o médico.
Posteriormente, em 2014, Abdelmassih foi considerado foragido da Justiça, após ter violado as regras da prisão domiciliar. Ele foi capturado no Paraguai em 2014 e extraditado para o Brasil. Em 2016, a condenação original de 278 anos de prisão foi confirmada em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
O caso de Roger Abdelmassih teve grande repercussão no Brasil e gerou debates sobre a segurança e a proteção dos direitos das vítimas de abuso sexual, além de levantar questões éticas e legais relacionadas à medicina.
