Médicos antecipam parto de bebê antes da mãe morrer com dengue
Uma tragédia poderia ter sido ainda pior em Londrina, no Paraná. Érica Campos, de 25 anos, foi internada no Hospital Universitário (HU) com suspeita de dengue enquanto mantinha uma gestação de 8 meses. Devido aos riscos ocasionados pela doença, a equipe hospitalar precisou realizar uma cesárea de emergência.
Após uma viagem a Guaratuba, no litoral do estado, Érica foi ao hospital com relatos de dores no corpo e febre, sendo internada na UTI no dia 4 de abril, quinta-feira. Por conta da suspeita de dengue, os médicos optaram pelo parto prematuro. Segundo a assessoria do hospital, o bebê de 31 semanas nasceu de cesárea no sábado e está estável.
No dia seguinte, Érica Campos faleceu na UTI do HU, sendo sepultada no dia seguinte. O caso gerou maior conscientização, com o Ministério da Saúde divulgando que o número de casos de dengue em gestantes aumentou 345% nas seis primeiras semanas de 2024, tendo como comparação o mesmo período de 2023.
Brasil conta com recorde de mortes por dengue em 2024
Embora não seja um problema novo, a dengue tem atingido novos recordes ao redor do Brasil. Seguindo a crescente de anos anteriores, 2024 registrou o maior número de óbitos em suas primeiras trezes semanas, superando os números de 2023 (1.094 mortes) e 2022 (1.053 mortes).
Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados nesta segunda-feira, dia 8), foram registradas um total de 1.116 mortes no período. Em entrevista ao G1, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, revelou que o número não é nenhuma surpresa.
“Infelizmente, a gente já sabia que atingiríamos esse número de mortes muito elevado e atingiríamos o recorde de mortes em relação aos anos anteriores. A gente tem uma epidemia, a maior epidemia de termos de proporções, de número de casos e de extensão de número de municípios e estados acometidos da história do país e isso certamente se traduziu em um número elevado de mortes”, disse ele.