Mikhail Popkov: o serial killer russo que matou mulheres durante 20 anos
O passatempo preferido do policial russo Mikhail Popkov era passar o expediente fazendo rondas por Angarsk, abordando mulheres e as acompanhando até em casa. Contudo, pela noite, como motorista de táxi, continuava a exercer seu hobby, mas, agora, agindo como uma espécie de justiceiro.
Popkov abordava suas passageiras oferecendo a elas que fossem para outro lugar para beberem e passarem um tempo juntos. Se elas recusassem, cumpria seu dever e as levava até o destino. Se aceitassem, as matava sem qualquer resquício de piedade. Essas eram as “mulheres sujas”.
Seu ódio por mulheres
Desde a infância, Mikhail sempre sofreu abusos de sua mãe alcoólatra e, segundo ele, sua esposa o traiu algumas vezes – fato que é contestável. Mulheres que para ele deveriam ser “guardiãs do lar” estavam sempre entregues as maledicências do mundo em sua realidade e ele decidiu, em determinado momento de 1992, que precisava agir para que isso tivesse um fim.
Popkov abordava desde adolescentes até mulheres mais velhas, indo muitas vezes em prostitutas com notórios problemas com álcool quando queria realmente extravasar sua raiva. Qualquer utensílio à sua disposição virava uma arma em suas mãos quando as mulheres aceitavam seu convite à bebida. Macacos de carro, chaves de fenda, facas e até uma chave Philips foram utilizados em seus diversos assassinatos.
Mikhail arrancava o coração de suas vítimas, as decapitava e as agredia até que ficassem deformadas, sem fazer nenhuma questão de esconder seus corpos, apenas de limpar algum vestígio que pudesse ligá-lo à cena de horror ali criada.
O faxineiro
Sua principal motivação era limpar o mundo de mulheres “sujas e indignas”. Contudo, estudos psiquiátricos indicam que suas motivações tem como fonte direta os abusos que sofreu na infância com o alcoolismo de sua mãe.
A ideia de Mikhail era oferecer bebida para as mulheres para ver se elas aceitariam ou não, o que tem óbvia conexão com seu trauma em ver a mãe bebendo e o abusando constantemente. Como o mesmo enxergava nela uma atitude suja, mas sem poder fazer nada a respeito quando pequeno, decidiu “puni-la” quando mais velho, matando pessoas que eram iguais: entregues ao álcool.
Contudo, a lógica foi se perdendo com o tempo, pois Mikhail ia a bares e oferecia bebidas para mulheres que nitidamente já tinham tendência a aceitar o convite, gerando para si apenas uma justificativa “razoável” para cometer o crime que previamente já sentia desejo de cometer. Ao invés de simplesmente matar, fazia com que a vítima lhe desse razões para tal.
O fim
Mikhail Popkov agiu sem suspeitas até o ano de 2002, quando traços de DNA masculino foram encontrados numa das cenas de um crime que cometeu. Nesse mesmo ano, o assassino deixou o trabalho como policial.
Uma lista com 30.000 suspeitos foi então criada pela polícia de Moscou que foi se reduzindo ao longo dos anos até que se chegou a 600 nomes em 2010. No mesmo ano, todos os homens que faziam parte da lista, incluindo Popkov, foram convocados para um teste de DNA.
Identificado, Popkov só foi preso no dia 29 de junho de 2012, em Vladivostok, onde desde 2002 traficava carros.
O policial taxista atuou por mais de 20 anos, já sendo reconhecidas 81 vítimas. Pokvok foi condenado a duas penas de prisão perpétua e as cumpre em Irkutsk, Rússia.
Em entrevista a uma jornalista, Mikhail disse que “não se arrepende de nada, tem consciência do que fez, e aceita ser condenado”.