Morre mulher durante a retirado do DIU: Desconfianaça da família levanta suspeitas contra o médico
No último sábado, um evento trágico chocou Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte. Jéssica Marques Vieira, de 32 anos, perdeu a vida durante um procedimento na Clínica Med Center, enquanto realizava a retirada de um dispositivo intrauterino (DIU).
Jéssica, paciente do cardiologista Roberto Márcio Martins de Oliveira desde 2011 devido a um histórico de sopro no coração, foi submetida à retirada do contraceptivo pelo referido médico. No entanto, o desfecho dessa intervenção resultou na fatalidade que abalou sua família e a comunidade local.
O pai de Jéssica, Lino Antônio Vieira, relatou um período de agonia e falta de informações durante o tempo em que aguardava notícias da filha na clínica. Das 7h até as 11h, ele e o genro permaneceram sem notícias da paciente, levantando suspeitas quanto à situação.
O ambiente na clínica Med Center tornou-se ainda mais tenso quando a recepcionista do local levou bolsas de soro ao consultório e, em seguida, dispensou os demais pacientes sem oferecer qualquer explicação.
A gravidade da situação se evidenciou quando a equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) chegou à clínica com um desfibrilador para transferir Jéssica para atendimento emergencial. Durante esse translado, o pai, Lino, notou sinais alarmantes: Jéssica parecia já estar sem vida, com os lábios roxos.
A resposta do médico responsável pelo procedimento, Roberto Márcio Martins de Oliveira, suscitou ainda mais dúvidas e consternação. Ele negou a morte de Jéssica, alegando ter realizado tentativas de ressuscitação por 19 vezes. Além disso, impediu que o marido da paciente a acompanhasse na ambulância.
A confirmação do falecimento veio apenas quando o pai conversou com o motorista do rabecão do Instituto Médico Legal (IML) no local. Ao chegar à UPA, o médico confirmou a morte de Jéssica, mas o pai observou sinais que indicavam que a fatalidade poderia ter ocorrido anteriormente.
Diante da falta de esclarecimentos da clínica Med Center, o corpo de Jéssica foi sepultado no domingo (5). O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e a Associação de Ginecologistas e Obstetras foram contatados, aguardando-se retorno para possíveis respostas e ações.
A Prefeitura de Matozinhos emitiu uma nota informando sobre a transferência de Jéssica para a unidade de urgência e emergência, além de esclarecer que a clínica não possuía autorização para realizar procedimentos ginecológicos.
Diante da gravidade do acontecimento, a Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito policial para investigar minuciosamente as circunstâncias que levaram à morte de Jéssica Marques Vieira. A conclusão do inquérito aguarda os laudos periciais, os quais serão fundamentais para esclarecer os fatos.
A comunidade e a família de Jéssica aguardam por respostas e justiça, enquanto o desenrolar das investigações busca trazer luz a esse triste episódio, que levanta questionamentos sobre a segurança e procedimentos médicos em clínicas da região. Mais informações serão divulgadas após a conclusão do inquérito policial.