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PCC no Gugu: Entrevista falsa com membros da facção atrapalhou o apresentador

Iniciando sua carreira na televisão nos anos 80, ganhando destaque como apresentador, Augusto Liberato, ou apenas Gugu, se tornou uma das principais estrelas da televisão brasileira. Ele nasceu em 10 de abril de 1959, em São Paulo, e faleceu em 21 de novembro de 2019, deixando um legado importante, sobretudo para os programas de auditório. 

Durante sua trajetória, Gugu conquistou uma legião de fãs e se tornou uma marca nas emissoras que passou. Ele comandou programas de grande sucesso, como “Viva a Noite”, “Domingo Legal” e “Programa do Gugu”. Seus programas se destacavam por suas atrações musicais, quadros de entretenimento, entrevistas e reportagens especiais.

Apesar de fazer muitos programas especiais e com bastante audiência e relevância de entretenimento, um episódio ficou marcado na carreira de Gugu, que foi a entrevista com o suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). O PCC é uma organização criminosa brasileira que surgiu no sistema prisional do estado de São Paulo. Foi fundado em 1993 por um grupo de detentos, inicialmente com o objetivo de defender os direitos dos presos e melhorar as condições dentro das prisões.

Essa organização ganhou muito destaque no início dos anos 2000, quando protagonizou uma série de ataques pela capital de São Paulo. Cada vez mais a sigla foi ganhando força e ficando conhecida pela população até chegar a grande mídia, mais especificamente no programa de Gugu, líder de audiência na época. 

No dia 7 de setembro de 2003, o programa de Augusto Liberato realizou uma entrevista com dois homens que eram identificados como membros do PCC, eles eram chamados de Alfa e Beta. Durante a atração, eles ameaçaram diversos apresentadores como Datena e Marcelo Rezende, o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, além de terem assumido o sequestro do padre Marcelo Rossi na semana anterior. 

Após o fim da entrevista, nos dias seguintes, as reações foram rápidas e pesadas. Datena, em seu programa, criticou o acontecimento e questionou o tipo de jornalismo que o SBT, emissora que Gugu trabalha, fazia. Marcelo Rezende levou o vice-prefeito ao seu programa. Ele disse que algo como aquilo não se faz na televisão e até questionou a possibilidade de crime cometido pelo programa e por Gugu. 

O acontecido se tornou caso de polícia com a abertura de inquérito pelo Ministério Público, que solicitou cópias da gravação. O então procurador-geral da república, Luiz Antonio Guimarães Marrey colocou em dúvida a veracidade da entrevista. Existiam várias hipóteses que os homens que eram membros do PCC na verdade podiam ser atores ou seguranças da emissora e tudo foi feito por audiência.

Gugu explica o caso PCC

Após toda a grandiosidade que gerou, Gugu teve reuniões com os diretores do SBT e com Silvio Santos e foi orientado a ficar em silêncio. Logo na semana seguinte o programa perdeu diversos patrocínios atingindo não só a atração como a empresa da família Abravanel. 

No dia 15 de setembro de 2003, Gugu pediu espaço no programa de Hebe Camargo e pediu desculpas públicas pela entrevista. Ele relatou que não tinha visto o material antes de ir ao ar. Por fim, o apresentador prestou depoimento culpando a emissora e cinco pessoas da produção foram indiciadas por apologia ao crime.

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