Segundo avô, neta que ateou fogo em seu apartamento assistia desenhos bíblicos antes de ter acesso ao celular
A criança de 11 anos que colocou fogo no apartamento dos avós em Patos de Minas, na tarde do último sábado (14) cometeu o ato de revolta por não poder usar o celular.
Por conta do fogo no apartamento, os avós precisaram pular da janela do apartamento no 4º andar do edifício onde moram. A queda foi amortecida por colchões colocados no térreo do prédio por vizinhos, que atenderam a um pedido da Polícia.
Segundo o relato do avô, que tem 70 anos, ele estava com sua esposa, de 53 anos, no quarto do apartamento, quando a neta chegou e pediu para usar o celular. A avó então negou, lembrando a garota que ela estava de castigo. Neste momento, a menina aparentemente aceitou a decisão de sua avó e disse que desceria para brincar de patins.
Ao sair do cômodo, a criança trancou a porta do quarto do casal pelo lado de fora. O idoso só percebeu o que estava acontecendo quando despertou de seu sono com o cheiro de fumaça e vários estalo de madeira. Tentando, ele não conseguiu abrir a porta e precisou arrombar para sair. Quando assim o fez, logo se deparou com fogo e fumaça na sala, precisando voltar para o quarto onde estava.
Vendo a movimentação de vizinhos do lado de fora, o idoso rompeu a tela de proteção de sua janela e ajudou a esposa a se jogar para, depois, pular ele mesmo.
O site de bruxaria
Em declarações ao jornal O Globo, o avô da criança contou que todo o problema começou após uma viagem em família. Na ocasião, a menina teria entrado em um site sobre bruxaria no celular.
“Chegamos [da viagem] às cinco horas da manhã. Por volta das três da tarde, depois de almoçar, fui deitar. Minha mulher já estava dormindo. Cansado, eu peguei logo no sono. Uma hora depois, acordei sentindo cheiro de fumaça entrando pelo quarto e algo estalando, barulho de fogo queimando material. Pensei: ‘Está pegando fogo dentro de casa’. Tentei abrir a porta, mas estava trancada por fora, eu não tinha como abrir de dentro para fora”, narrou.
“Aquele trem [o celular] vai fuçando a mente da pessoa e leva a fazer esse tipo de coisa. A gente gostava que ela visse desenhos bíblicos, mas ela acabou entrando nesses sites de magia negra. Mesmo assim, não posso afirmar que ela fez porque não vi”.
A criança está, agora, com seu pai em outra cidade.