Sobrevivente do voo 820 da Varig faz declaração impressionante sobre como foi o acidente
O dia 11 de julho de 1973 ficou marcado pela tragédia do voo 820, da Varig, que partiu de São Paulo, fez uma escala no Rio de Janeiro, mas não conseguiu chegar ao seu destino final, que era Londres. O episódio aconteceu devido um incêndio em um dos banheiros da aeronave, que encheu de fumaça o Boeing 707.
Agora 50 anos depois do episódio, o único passageiro sobrevivente deu detalhes sobre o acidente, em entrevista ao UOL. Trata-se do brasileiro Ricardo Trajano, que confessou questionar o ocorrido até os dias de hoje. Na época, o avião chegou a tentar um pouso de emergência em Paris, mas caiu em um campo de cebolas no sul da França.
Ao todo, eram 134 ocupantes da aeronave, entre passageiros e tripulantes, os quais 122 morreram. Após isso, 12 sobreviveram, mas apenas Trajano permaneceu vivo. “Por que só eu escapei? Na época, 123 pessoas morreram. Todos os outros passageiros e sete tripulantes não resisitram. Só sobreviveram os tripulants e eu. Me sinto um cara privilegiado e agradeço todo dia o cara lá de cima”, afirmou Ricardo.
Único sobrevivente fala do voo da Varig
Hoje com 73 anos de idade, Ricardo Trajano relembra as horas que anteceram o acidente. Aquela, inclusive, havia sido a primeira vez que ele entrou em um avião com destino para fora do Brasil. “Eu tinha 21 anos e queria muito conhecer Londres. (…) Antes, eu só tinha feito dois voos domésticos. Internacional, foi o primeiro da minha vida”, conta.
Aproximadamente cinco minutos antes do pouso em Paris, o passageiro notou uma fumaça “fina e branca” vindo dos fundos do avião, perto dos banheiros. Próximo à cabine, os comissários pareciam estar apavorados, já que a fumaça já havia se alastrado. “Virou uma câmara de gás. Me veio a sensação de morte e me despedi da vida. Foi tudo muito rápido. Comecei a pensar na minha família e amigos”, relembra. “Só me lembro de cair no chão de bruços. Depois, acordei no hospital”.