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Um recorde para ser esquecido: saiba o que causou a Tragédia de Tenerife

No dia 27 de março de 1977, o aeroporto de Las Palmas, em Gran Canaria, na Espanha, sofreu um atentado terrorista à bomba e o destino inicial de algumas aeronaves precisou ser alterado em razão da destruição que foi causada no local, impedindo que tivessem estrutura para receber os voos que tinham como destino.

Um dos aeroportos que recebeu aeronaves desviadas foi o de Los Rodeos, em Tenerife. Dois Boeings 747, um da companhia holandesa KLM e outro da norte-americana Pan Am, receberam indicações para que pousassem ali. O aeroporto era bem menor do que o de Las Palmas e estava localizado em uma área com bastante propensão à nevoeiros provenientes do mar, o que dificultava a visão e tornava o local hostil, de certa forma, para a tripulação.

Mesmo nessas condições – que naquele dia estavam maiores do que o comum – ambas as aeronaves pousaram com sucesso. Entretanto, havia pressa no comandante da aeronave holandesa para voltar à Las Palmas, pois corria-se o risco dos tripulantes trabalharem mais do que o horário legal permitia, o que poderia lhe render um processo.

Assim, quando ambas as aeronaves tiveram suas idas ao local original de destino autorizadas, o comandante da KLM, que estava estacionado logo à frente da aeronave norte-americana, disse que sairia primeiro. Dando partida no avião, foi instruído a ir até o final da pista e fazer uma manobra para entrar em sentido oposto ao que estava antes, o que permitiria a decolagem.

Para liberar espaço para que o KLM decolasse, o avião da Pan Am faria uma manobra para sair da pista principal. Aqui, as coisas começam a sair do eixo.

O desastre

Quando o avião da KLM terminou de se posicionar na pista, o comandante aplicou nos motores toda a potência necessária para a decolagem. O comandante da Pan Am, percebendo a comunicação da torre de controle com o comandante holandês, logo gritou no comunicador para parar a operação, pois ainda estavam na pista. Contudo, como os três – KLM, Pan Am e torre – falavam na mesma frequência de rádio, o KLM não ouviu o que o Pan Am disse.

Com a neblina muito forte, causando uma falta grande de visibilidade, o KLM, acelerando, só percebeu o Pan Am à sua frente quando já estavam a 100 metros um do outro. O Pan Am, também vendo o KLM, tentou acionar o motor e sair da pista para evitar a colisão e o comandante holandês até tentou forçar a decolagem subindo o nariz do avião, mas a velocidade não era suficiente e a cauda da aeronave bateu no chão, se chocando com o Pan Am e caindo em seguida.

Todos as 248 pessoas presentes no Boeing da KLM morreram.

Já no avião da Pan Am, que foi atingido, abriram-se algumas fendas entre partes da fuselagem, momento em que 61 pessoas conseguiram pular e escapar do pior. Minutos depois, o Boeing americano explodiu, levando à morte de 335 pessoas.

Este é o maior acidente aéreo da história.

As causas

Um dos principais fatores para o acidente foi a falta de compreensão plena de algumas expressões em inglês pelos tripulantes da KLM e dos controladores de voo. Os pilotos haviam entendido que estavam autorizados a decolar, quando na verdade não estavam.

Em conjunto, os controladores não teriam entendido que os pilotos haviam avisado que estavam decolando, quando na verdade deveriam estar parados na pista. A falta do uso do vocabulário padrão contribuiu para o acidente.

Além disso, além da forte neblina no local, que dificultava a visão do que estava à frente, uma falha na comunicação via rádio também ocorreu. Como vimos, o Pan Am tentou avisar que ainda estava na pista, mas essa informação não chegou completa ao KLM, o que gerou confusão e, por consequência, o acidente.

Nas escolas de aviação, o episódio tornou-se o exemplo perfeito de tudo o que pode dar errado em uma decolagem.

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